Ao 15.º jogo, o Benfica de Lage sofreu a segunda derrota. O 1-0 em Zagreb, na primeira-mão dos oitavos-de-final da Liga Europa, levantou algumas questões na forma como o técnico montou a equipa mas o Benfica tem 90 minutos para reverter a eliminatória, em casa. Esta foi a pior exibição dos 'encarnados' desde que Bruno Lage é treinador. Os problemas físicos também são uma preocupação, com Seferovic a sair lesionado, ainda no primeiro tempo, com queixas musculares, e Grimaldo a acabar o encontro com muitas dificuldades.

O Jogo: falhou quase tudo

Correu tão bem na Turquia que Lage pensou que podia fazer o mesmo com o Dinamo Zagreb. Mas não jogos iguais e o técnico croata estudou muito bem o Benfica, de forma anular o seu jogo. Os 'bebés' de Lage não brilharam desta vez e o Benfica complicou a eliminatória com o Dinamo Zagreb.

Com cinco jogadores da formação no onze (Ferro, Ruben Dias, Gedson Fernandes, Florentino e João Félix), os atuais líderes da Primeira Liga entraram com uma equipa com uma média de idades de 22,6 anos, ainda inferior à do jogo na Turquia (22,9), onde, a 14 de fevereiro, o Benfica venceu o Galatasaray por 2-1, na primeira mão dos 16-avos-de final da Liga Europa.

A gestão de Bruno Lage é compreensível e aceite como sendo necessário por todos. A equipa tem vindo a jogar de três em três dias, está em processo de assimilação das ideias do treinador e no sábado tinha feito um jogo gigantesco na casa do rival direto na I Liga, onde jogou com menos um e a aguentar todas as investidas do FC Porto. Venceu com todo o mérito, após uma grande exibição, muito personalizada, e recuperou a liderança da I Liga.

A forma como Bruno Lage desenhou a equipa pedia muito jogo pelo corredor central. Krovinovic e Gedson eram os homens dos corredores mas nenhum deles tem características de Rafa ou Cervi. E Gedson ainda não é Pizzi.

Perante uma equipa adversária em 4-2-3-1, o Benfica sentiu muitas dificuldades para fazer fluir o seu jogo, quer nos corredores laterais, quer na zona central. A saída de Seferovic, por lesão,  aos 35 minutos, complicou ainda a tarefa 'encarnada' e deixou o Benfica sem um jogador capaz de atacar a profundidade ou recuar para segurar jogo, esperar pelos colegas e sair em ataque organizado. João Félix jogou na posição do suíço mas teve uma noite apagada, não conseguindo mostrar as duas qualidades. Os laterais envolveram-se nos ataques mas foram perdendo força com o passar do tempo. Gabriel não foi tão preponderante no passe e na organização do ataque como tem vindo a ser. Rafa e Cervi pouco acrescentaram. No segundo tempo, até foram os croatas a terem as duas melhores oportunidades, num encontro onde deram  a iniciativa ao Benfica, depois de ganharem vantagem.

O jogo foi resolvido ainda no primeiro tempo, num erro de avaliação de Rúben Dias que fez penálti sobre Olmo, prontamente assinalado por Michael Oliver. Petkovic não tremeu e colocou o eterno campeão croata na frente da eliminatória.

Bruno Lage terá de descobrir o porquê de o Benfica não ter conseguido fazer frente as rápidas transições ofensivas dos croatas. Os 'encarnados' até tiveram mais bola (63 por cento contra 37) mas remataram menos (três contra seis) e só acertaram por duas vezes no alvo, contra cinco remates enquadrados dos croatas. Muito longe daquilo que este Benfica de Lage já mostrou.

A facilidade com que o Dinamo Zagreb entrava no último reduto 'encarnado' é algo que Lage terá de resolver no jogo da segunda-mão, marcado para o dia 14 de março, próxima quinta-feira. Até lá, há o jogo com o Belenenses em casa onde o Benfica ainda não sabe como vai estar. Se a lesão de Seferovic for grave (as lesões musculares não se curam numa semana), Bruno Lage terá de arranjar uma solução diferente na frente. Jonas é o principal candidato, embora não tenha as características de Seferovic.

Momento-chave: Rúben Dias faz penálti desnecessário

Aos 35 minutos, Seferovic saiu lesionado, com problemas musculares. Aos 37, Rúben Dias calculava mal o seu tempo de entrada e derrubava Olmo na área. Grande penalidade assinalada pelo inglês Mike Oliver que Petkovic converteu. Dois minutos fatídicos para a noite do Benfica em Zagreb.

Os Melhores: Odysseas evitou males maiores

O Benfica voltou a contar com a inspiração do seu guarda-redes para evitar males maiores. Odysseas fez três intervenções de alto nível, o último deles a evitar o 2-0 no último minuto do primeiro tempo. Uma defesa fantástica quando Gojak já esperava festejar o 2-0. Antes tinha travado os remates de Olmo e Kadzior, em duas outras grandes intervenções.

Os Piores: Asneira de Rúben Dias no pior momento

Num jogo que não correu como previsto, é difícil encontrar quem tenha estado pior. Mas Rúben Dias, com o seu erro, teve impacto no resultado. A forma como o capitão aborda a jogada, imprudente, numa altura em que o jogador adversário até está a fazer um movimento para se afastar da área, faz dele um dos piores no relvado do Estádio Maksimir, em Zagreb.

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Gabriel: "Fizeram um golo de penálti, não foram superiores"

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