Os Países Baixos serão o opositor mais poderoso enfrentado pela seleção portuguesa de futebol de sub-21 no Europeu da categoria, observou hoje o treinador Rui Jorge, consciente da urgência de triunfar na segunda jornada do Grupo A.

“É a melhor equipa contra a qual esta geração jogou e sempre fui dizendo que era muito semelhante à nossa ao nível da qualidade individual. São velozes e têm a capacidade de criar muitas situações de golo. A exemplo do jogo anterior, teremos dificuldades. Agora, acredito que serão totalmente diferentes”, referiu o técnico, em conferência de imprensa.

Portugal vai encarar os Países Baixos no sábado, às 20:00 locais (17:00 em Lisboa), no Estádio Mikheil Meskhi, em Tbilisi, três dias após ter sofrido uma surpreendente derrota frente à anfitriã e estreante Geórgia (2-0), no início da nona participação em fases finais.

“Os Países Baixos vão expor muito mais os nossos momentos defensivos, coisa que não aconteceu contra a Geórgia. Não nos deixarão ter tanta bola como normalmente temos e vão criar-nos mais ocasiões do que o habitual. Temos de ser muito fortes para saber lidar com isso. Apenas a vitória nos permite ir seguros para o último jogo”, advertiu Rui Jorge.

Os lusos estão sem qualquer ponto e no quarto e último lugar do Grupo A, que é liderado pelos georgianos, com três, enquanto os neerlandeses, campeões em 2006 e 2007, e a Bélgica somam um ponto cada, após terem empatado entre si na primeira jornada (0-0).

“Não nos faltou força anímica no último jogo. Voltei a observá-lo e vi claramente que não foi a falta de paixão e de entrega que não nos fez vencer. Agora, vamos ter um jogo mais aberto, mas o ser mais difícil ou mais fácil é um bocadinho relativo. Embora tendo menos qualidade individual, a Geórgia não deixou de nos criar um certo tipo de problemas e não conseguimos entrar na sua linha defensiva. Creio que o problema com os Países Baixos venha a ser mais sobre os danos que nos poderão causar defensivamente”, enquadrou.

Finalista vencido em 1994, 2015 e 2021, Portugal fica desde já afastado da próxima fase em caso de derrota, independentemente do resultado no duelo entre Geórgia e Bélgica.

“Para apresentarem qualidade, os jogadores têm de ultrapassar o resultado negativo que tivemos. Não há nenhum futebolista que vença sempre. Há uns que vencem mais do que outros e, por norma, os melhores são aqueles que se conseguem exibir ao melhor nível nas alturas adversas. Estamos cá para provar que somos bons. É inegável que gostamos muito mais dos momentos bons que vivemos, mas isso é a vida de quem escolheu esta carreira. Os fortes sobrevivem e os menos fortes ficam para trás”, reconheceu Rui Jorge.

O selecionador de sub-21 manteve em segredo os seus planos para colmatar a ausência forçada do defesa Tomás Araújo, que foi expulso com cartão vermelho direto diante da Geórgia, num jogo agitado pelo suplente Francisco Conceição durante a segunda parte.

“Quando entra, cria sempre muito desequilíbrio. É um grande jogador, mas ainda vai ser um fantástico jogador. Possui características que vão escasseando cada vez mais e um comportamento exemplar, com uma tremenda dedicação e paixão no treino. Entrou bem, tal como entra sempre com a mesma vontade de acrescentar algo à equipa. Isso é muito importante para mim e por alguma razão é que está connosco há tanto tempo”, concluiu.