Desde a nova aquisição do clube londrino que a equipa do Chelsea não se conseguiu afirmar. Tivemos Potter, Lampard e agora Pochettino. Depois de absurdos gastos em mercados de transferências (inverno e verão de 2023), o Chelsea não se conseguiu encontrar, atravessando constantemente por incertezas nos seus resultados levando a equipa a não competir sequer em competições europeias.

Dentro desta instabilidade (que até permaneceu no início desta temporada), Pochettino conseguiu finalmente implementar um modelo de jogo, conseguindo estabilizar o 11 inicial.

Em primeiro lugar, é importante percebermos que esta é uma equipa que não vai ser tendencialmente controladora dos jogos, isto é, não é uma equipa que procura manter durante muito tempo a posse de bola, preferindo assim dar verticalidade ao seu jogo. Usufrui de jogadores rápidos na frente como Sterling ou Jackson, que é forte a atacar a profundidade, e ainda com Cole Palmer a dar maior critério ao jogo dos blues.

Esta verticalidade surge a partir dos contra ataques rápidos que a equipa de Pochettino tanto gosta de fazer e onde se destaca frente a equipas de uma categoria superior (como por exemplo o Manchester City). Os blues optam por uma pressão alta, praticamente ao homem, onde nesta pressão se destacam os seus médios. Primeiramente Gallagher como primeiro médio pressionador ao lado de Jackson e posteriormente Caicedo e Enzo Fernandez, que já muito bem reconhece estas ideias desde o Benfica de Roger Schmidt.

Há uma equipa em crescendo, há uma equipa a aperfeiçoar o modelo de jogo e há intervenientes para oferecerem soluções a este mesmo modelo. Há juventude no plantel, há potencial e há experiência (Thiago Silva e Sterling por exemplo). Este pode ser um ano de contínua aprendizagem e afirmação do Chelsea para que na época seguinte procure novamente voltar a lutar por títulos. Falta afirmar-se Mudryk e falta voltar Nkunku.

Este é um modelo de jogo que, se for bem apoiado por um bom mercado de transferência (com a contratação de jogadores adequados ao modelo), traz o entusiasmo dos adeptos, traz a sensação de que é possível ganhar a qualquer equipa e que muito provavelmente trará consigo mais vitórias. O tempo dirá. Por enquanto fica a sensação de que vale a pena acompanhar esta equipa.

PS: Rafael Pacheco, treinador e analista de futebol, tem nas bancas o livro 'Rogerball - O Benfica de Schmidt', onde analisa a época do Benfica em 2022/23, que levou os encarnados ao título de campeão nacional e aos quartos de final da Liga dos Campeões.