Ricardo Teodósio (Hyundai i20), Miguel Correia (Skoda Fabia), José Pedro Fontes (Citroën C3) e Armindo Araújo (Skoda Fábia) vão iniciar o Rali Vidreiro Centro de Portugal, na Marinha Grande, com hipóteses de se sagrarem campeões nacionais de ralis.

Após sete etapas do Campeonato de Portugal de Ralis (CPR), o quarteto enfrenta, na sexta-feira e no sábado, os últimos troços, com uma diferença de seis pontos reais, quando ainda estão 28 em disputa.

De acordo com os regulamentos do CPR, cada piloto vai descartar o seu pior resultado da época, alterando a previsibilidade do desfecho.

Miguel Correia ocupa o primeiro lugar, com 116 pontos, seguido de Fontes, campeão em 2015 e 2016, com 115, sendo que ambos vão descontar 10 pontos, correspondentes ao pior resultado até ao momento.

Desta forma, Ricardo Teodósio, campeão em 2019 e 2021, que desistiu no Rali de Portugal (zero pontos), é o líder virtual, com 108 pontos, relegando Correia para o segundo posto, com 106, e Fontes para o terceiro, com 105. Armindo Araújo, vencedor do CPR em 2003, 2004, 2005, 2006, 2018, 2020 e 2022, surge no quarto posto, com 102 (desistiu em Fafe, por despiste, e faltou ao Rali Casinos do Algarve, por se encontrar a recuperar das lesões sofridas na prova de abertura).

Se qualquer um deles ganhar o Rali Vidreiro e a ‘power stage’ final, sagra-se campeão sem precisar de fazer mais contas, somando um total de 28 pontos, mais seis do que o máximo que poderia somar o segundo classificado (no rali e na ‘power stage’). É precisamente essa a diferença entre Armindo Araújo e Ricardo Teodósio, os dois extremos desta luta.

“Depois do acidente em Fafe e a ausência no Rali do Algarve, chegarmos à última prova na discussão do título é já uma grande vitória. Vamos lutar até ao derradeiro quilómetro e tudo aquilo que conseguirmos será excelente”, comentou Armindo Araújo, atual campeão e recordista de títulos nacionais, em declarações à agência Lusa.

Já Teodósio, que foi campeão em 2019 e 2021, assegura que o objetivo é reconquistar o título.

“Não vale a pena esconder o jogo. Estamos no Vidreiro para chegar ao título e somos quem chega na melhor posição para alcançar esse objetivo. Por isso, vamos entrar com humildade na prova, mas sempre no máximo da nossa capacidade para nos posicionarmos no topo da lista no fim desta prova onde já fomos felizes. Queremos ser campeões e vamos dar o tudo por tudo, com natural inteligência nos momentos mais decisivos”, disse o algarvio.

Para as contas do campeonato há que contar ainda com o norte-irlandês Kris Meeke (Hyundai i20), que venceu três das cinco provas em que participou, depois de ter sido chamado a substituir o malogrado Craig Breen, que faleceu em testes para o Rali da Croácia.

Meeke foi chamado a substituí-lo a partir do Rali Terras da Aboboreira, que venceu, triunfando, ainda, em Castelo Branco e no Rali da Água, em Chaves. As desistências no Rali de Portugal e na Madeira deixam-no sem possibilidade de ser campeão, mas com a probabilidade de baralhar as contas dos adversários, dado o forte andamento demonstrado.

À exceção de Armindo Araújo, a quem só a vitória interessa para não depender dos adversários, aos restantes o segundo lugar também serve, dependendo do que fizerem na ‘power stage’ final, que distribui três pontos ao vencedor, dois ao segundo e um ao terceiro.

Sendo dos últimos troços da prova, poderá haver tentação de trocar as caixas de velocidades para uma de relações mais longas (que permita velocidades mais elevadas, sendo menos eficaz nos troços sinuosos) no último parque de assistência.