O Comité de Ética da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) garantiu que o presidente da organização, Mohammed Ben Sulayem, não teve qualquer interferência na organização do Grande Prémio de Las Vegas de Fórmula 1 do ano passado, informou a organização num comunicado divulgado na quarta-feira (20).

"O comité independente determinou que as acusações contra o presidente da FIA são infundadas. Depois de ter examinado os resultados das investigações, o Comité de Ética concluiu por unanimidade que não havia provas que corroborassem as acusações de interferência, em qualquer das suas formas, referentes ao presidente Mohammed Ben Sulayem", diz a nota, acrescentando que o comité foi auxiliado por consultores externos para conduzir as suas investigações.

O comunicado especifica que a investigação durou 30 dias e permitiu interrogar 11 testemunhas.

A imprensa internacional, incluindo a BBC, afirmaram no início de março que Mohammed Ben Sulayem pediu às suas equipas que encontrassem uma forma de não homologar o circuito de Las Vegas, que acolheria o seu primeiro Grande Prémio de Fórmula 1 em 2023.

Segundo a BBC, que citou um relatório interno da FIA, o dirigente dos Emirados Árabes Unidos teria solicitado especificamente que fossem "encontradas soluções para evitar que a FIA certificasse o circuito antes do fim de semana da corrida", que ocorreu em novembro de 2023.

A razão pela qual o presidente da FIA teria querido impedir a realização da corrida não foi explicada. Um conflito de influência e imagem mina as relações entre a FIA, entidade máxima do automobilismo, e o grupo americano Liberty Media, que detém os direitos comerciais da F1 e organiza o GP de Las Vegas.

O Comité de Ética também declarou Ben Sulayem inocente em outro caso, relativo ao resultado do GP da Arábia Saudita do ano passado.

Segundo a BBC, o presidente da FIA teria pedido aos dirigentes a anulação de uma penalidade imposta ao piloto espanhol Fernando Alonso. No seu texto, a FIA destacou na quarta-feira que o seu presidente foi inocentado da prática de "qualquer irregularidade".