A tenista Elena Rybakina conseguiu hoje reagir à desvantagem para ultrapassar a favorita tunisina Ons Jabeur, número dois mundial, em três parciais, e tornar-se na primeira cazaque a conquistar um torneio do ‘Grand Slam’, na final de Wimbledon.

O duelo corria de feição à africana -venceu por 6-3 o primeiro ‘set’-, mas a surpresa aconteceu mesmo ao cabo de uma hora e 47 minutos, com Rybakina a aplicar um duplo 6-2.

Com este triunfo, Rybakina tornou-se na mais jovem campeã de Wimbledon desde a checa Petra Kvitova em 2011, sendo que, por outro lado, Jabeur falhou a possibilidade de se tornar na primeira tunisina, a primeira árabe e a primeira africana campeã de um torneio do ‘Grand Slam’.

A cazaque, de 23 anos, atual 23.ª posicionada da hierarquia WTA, é também a segunda vencedora com pior ‘ranking’, apenas superada por Venus Williams, que em 2007 era 31.ª colocada.

Na relva do All England Club, a tunisina entrou melhor ao conseguir quebrar o jogo de serviço da adversária menos cotada, quando esta servia pela segunda vez, o que possibilitou a Jabeur disparar para o 3-1 a seu favor, tendo apenas de gerir o ‘set’, não sem antes voltar a fazer o ‘break’ à cazaque, que viria a equilibrar o encontro no parcial seguinte.

Rybakina disse ‘presente’ no ‘court’ central londrino e foi com um ‘break’ logo a abrir que ganhou o embalo necessário para levar a decisão da final para o derradeiro ‘set’, voltando ainda a quebrar o jogo de serviço da tunisina, para passar a vencer por 4-1.

Motivada e, aparentemente, com mais frescura e argumentos para encarar o último parcial, Rybakina repetiu a dose e voltou a anular o primeiro jogo de serviço de Jabeur.

Um novo ‘break’ permitiu-lhe passar a liderar por 5-2, consumando de seguida o triunfo e, consequentemente, a conquista do primeiro 'major' da carreira.

Curiosamente, num ano em que os tenistas russos e bielorrussos foram proibidos de competir no terceiro ‘Grand Slam’, face à invasão da Ucrânia pela Rússia, foi uma atleta cazaque, nascida em solo russo e residente em Moscovo, a imperar na relva do All England Club.

Nascida em 1999 em Moscovo, Rybakina refugiou-se no Cazaquistão em 2018, quando precisou de apoio financeiro para dar o passo decisivo para o profissionalismo, optando por abdicar dos estudos nos Estados Unidos, apoiados por uma bolsa.

O nervosismo acabou por ser um adversário extra de Rybakina, que não escondeu a felicidade por alcançar o maior feito da carreira até o momento.

"Eu estava super nervosa antes da partida e enquanto decorria, mas estou muito feliz porque acabou. Nunca senti nada assim. Para ser sincera, não esperava chegar à segunda semana de um ‘Grand Slam’ em Wimbledon. Então, vencer o torneio é realmente incrível. Não tenho palavras para dizer o quanto estou feliz", expressou a tenista naturaliza cazaque em 2018.

A derrotada Ons Jabeur, que não contou a presença dos pais na final devido a problemas relacionados com os vistos, mas teve o apoio do irmão, brincou ao dizer que a adversária roubou “o seu título”.

"Elena roubou o meu título, mas tudo bem. Estou muito triste, especialmente porque tento ser uma fonte de inspiração para as gerações do meu país", lamentou.

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