O sérvio Novak Djokovic, terceiro do ranking mundial de ténis, reafirmou o que já tinha dito sobre o Kosovo, que considerou “o coração da Sérvia”, no dia em que foi repreendido pela ministra francesa do Desporto.

“Podia repetir isso, mas não vou. Muitas pessoas não concordam, mas é o que penso”, disse o sérvio, após eliminar o húngaro Marton Fucsovics na segunda ronda de Roland Garros, após as declarações da ministra Amélie Oudéa-Castéra, que o repreendeu por “inapropriadas” declarações, disse “não comentar”.

Na segunda-feira, após estrear-se a vencer na edição deste ano de Roland Garros, escreveu “Kosovo é o coração da Sérvia. Parem a violência” numa câmara que estava a transmitir o evento.

O tenista fazia referência ao conflito vivido nos últimos dias na região, onde se verificam confrontos entre membros da força internacional para o Kosovo (KFOR) e manifestantes sérvios, que não aceitam a eleição, em abril, de quatro autarcas albaneses.

Os autarcas de quatro municípios onde os sérvios são maioritários foram eleitos em abril passado, numas eleições boicotadas por aquela comunidade e que teve uma participação de apenas 3%.

Na sexta-feira, a polícia kosovar usou a força contra os manifestantes sérvios para permitir que os autarcas em causa tomassem posse e, já na segunda-feira, confrontos com as forças da NATO resultaram em 80 feridos.

Segundo a ministra francesa, Djokovic, que escreveu a mensagem na lente de uma câmara, teve uma atitude “militante” e “muito política”, mas o presidente da Federação Francesa de Ténis, Gilles Moreton, tinha garantido que a situação não se repetiria.

A carta de ética de Roland Garros, o segundo torneio do Grand Slam da temporada e o principal de terra batida do mundo, proíbe manifestações políticas e religiosas.

No final do encontro de segunda-feira, e já na conferência de imprensa, Djokovic disse sentir uma “responsabilidade adicional, de apoiar todo o povo sérvio, como figura pública e como filho de um homem nascido no Kosovo”.