Novak Djokovic viveu hoje “uma experiência estranha” no primeiro encontro com Andy Murray como seu treinador, confessando que o antigo tenista britânico lhe deu excelentes conselhos na ronda inaugural do Open da Austrália.
“Obviamente, estou entusiasmado por tê-lo no meu ‘banco’. Foi uma experiência um tanto estranha tê-lo na minha ‘box’. Jogámos um contra o outro, ao mais alto nível, durante mais de 20 anos, e é fantástico tê-lo do meu lado da rede. Deu-me excelentes conselhos a meio do encontro”, resumiu o sérvio.
O recordista de títulos do Grand Slam (24) marcou hoje encontro na segunda ronda do Open da Austrália com o tenista português Jaime Faria, ao vencer o norte-americano Nishesh Basavareddy em quatro sets.
Dez vezes campeão em Melbourne Park, ‘Djoko’ perdeu o primeiro parcial, mas conseguiu a reviravolta no marcador diante do 107.º jogador mundial, que recebeu um convite da organização, impondo-se por 4-6, 6-3, 6-4 e 6-2, em duas horas e 59 minutos, num encontro em que dialogou várias vezes com Murray.
“É uma perspetiva completamente diferente quando estamos a observar de fora e ele tem-se estado a sair muito bem. É uma experiência ótima, espero que não fiquemos por aqui”, declarou.
Andy Murray encerrou a sua carreira como tenista profissional em 01 de agosto, ao perder, ao lado de Dan Evans, nos quartos de final do torneio olímpico de pares de Paris2024, e em novembro foi ‘contratado’ pelo seu antigo rival, que o derrotou por quatro vezes na final do Open da Austrália, como treinador.
Único bicampeão olímpico de singulares, tornou-se, em 2013, no primeiro britânico em 77 anos a conquistar o título em Wimbledon, naquele que foi o seu segundo ‘major’, depois da vitória no Open dos Estados Unidos em 2012, ambos precisamente frente a Djokovic.
O escocês, que repetiria o triunfo no All England Club, em 2016, enfrentou vários problemas físicos desde 2017 e, em 2019, colocou mesmo uma prótese na anca, devido a uma lesão crónica.
Agora, ‘Djoko’ admite que os dois estão a ‘conhecer-se’ como equipa: “Penso que a comunicação é a chave para nos entendermos e encontrarmos a fórmula que funciona. É o que estamos a tentar”.
“Como não passámos muito tempo juntos, ainda estamos na primeira fase de nos conhecermos mutuamente. Este foi o primeiro encontro que tivemos juntos. […] Em alguns momentos, abordei o Andy, questionei-o sobre qualquer coisa, qualquer pancada, e ele deu-me o seu feedback e opinião”, descreveu.
Assumindo gostar de falar com Murray, o sérvio de 37 anos lembrou que o escocês é “uma lenda do ténis”.
“Ele entende os altos e baixo que se enfrentam no court, não só a nível de jogo mas mental e fisicamente. Não preciso de explicar muito. Ele percebe tudo aquilo por que estou a passar”, notou.
Depois de ter o antigo número um mundial como rival durante 25 anos, o agora sétimo da hierarquia ATP elogiou o comportamento do seu novo treinador, que entusiasticamente se levantou várias vezes para o incentivar.
“Gostei mesmo disso. Penso que é um grande tipo. É um prazer tê-lo do meu lado”, concluiu.
Na segunda ronda em Melbourne Park, Djokovic vai defrontar o ‘qualifier’ português Jaime Faria, que se estreou em quadros principais de um Grand Slam com um triunfo por 6-1, 6-1 e 7-5 frente ao russo Pavel Kotov (97.º).
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