O português Vasco Ribeiro, campeão em título do Pro Santa Cruz, etapa do circuito europeu de qualificação da Liga Mundial de Surf (WSL), pretende repetir o feito na edição que arranca na terça-feira, em Torres Vedras, distrito de Lisboa.

“A ambição é manter o título em casa. Santa Cruz é um sítio que eu adoro, é dos sítios onde passo mais tempo a treinar, e onde me sinto ‘super’ à vontade, com ondas boas e com força. É dos sítios de que mais gosto, portanto, este ano é para ir com tudo”, disse à Lusa o pentacampeão nacional, antes de começar a prova na Praia de Santa Cruz.

Vasco Ribeiro, campeão europeu em 2021, segue no 23.º lugar do ‘ranking’ do circuito europeu de qualificação da WSL, com 2.160 pontos, após uma prestação aquém das expectativas no Caparica Surf Fest, que lhe valeu o 25.º posto e complicou as chances de subir às Challenger Series (circuito de acesso à elite mundial) já este ano.

No lançamento do evento, Francisco Spínola, diretor-geral da WSL na Europa, Médio Oriente e África (EMEA), realçou a notoriedade que o Pro Santa Cruz, a última prova de qualificação, que vale 3.000 pontos, e é decisiva para as contas do apuramento, dá à região, vincando a fama internacional das suas potentes ondas.

“A primeira palavra que me vem à cabeça sempre que penso em Santa Cruz é consistência. É um sítio que tem um areal muito extenso, com várias ondas espalhadas, mas pelo facto de ser uma zona muito exposta, muito aberta, é raro estar completamente ‘flat’ [sem ondas]. Essa consistência criou a fama de que em Santa Cruz há sempre ondas e é sempre um sítio incrível para fazer surf”, sublinhou o responsável.

E acrescentou: “Tem outra particularidade, uma vez que ainda não tão famosa como os vizinhos da Ericeira ou até de Peniche, está ali no meio e acredito que, no futuro, vai ser uma zona muito procurada pelos surfistas – que já está, aliás –, inclusivamente, de renome internacional, que estão a querer criar as suas raízes ali”.

Francisco Spínola destacou que o eixo Peniche-Santa Cruz-Ericeira “vai ser fundamental” para a evolução da indústria do surf em Portugal nos próximos anos, e considerou que os resultados já estão à vista, com forte impacto na economia local, nomeadamente o turismo e restauração, destas ‘máquinas’ de fazer ondas.

“Ainda há muito para explorar, isto ainda é só o princípio de uma longa história de sucesso de Santa Cruz, que tem estado a afirmar-se como um dos principais sítios de surf na Europa”, rematou.

Também Laura Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, apontou para as vantagens que a aposta no surf tem trazido para a região: “Este ano vai ser a quinta vez que acolhemos uma prova da WSL, e tem sido uma experiência muito agradável porque temos visto, ano a ano, o reflexo deste investimento”.

Segundo a política, o Pro Santa Cruz “tem sido o ‘evento âncora’ que tem dado nome a Santa Cruz no surf e com repercussão em termos mundiais”, atraindo muitos turistas, nacionais e estrangeiros, que querem usufruir das condições naturais daquela parte da costa marítima portuguesa.

“Temos visto o resultado disso. Hoje, tanto de inverno, como de verão, encontramos muitos jovens, muitas pessoas que se dedicam ao surf, e cada vez mais estrangeiros, que estão em Santa Cruz por causa do surf”, concluiu.

O Estrella Galicia Pro Santa Cruz, prova do circuito europeu de qualificação masculino de 3.000 pontos, decorre entre 12 e 16 de abril, na Praia de Santa Cruz, Torres Vedras, Lisboa.