São amigas. São de baixa estatura, a mesma, por sinal, mais milésima de centímetro, menos milésima de centímetro. E são muito jovens. Uma, Caitlin Simmers, 19 anos, é campeã mundial em título, a mais jovem de sempre, e venceu a etapa portuguesa do circuito mundial de surf, em 2023. A outra, Erin Brooks, 17, é rookie do ano e subiu à elite mundial este ano.

A norte-americana Caitlim e a canadiana Brooks, ambas franzinas, com 157 cm de altura, encontraram-se nos quartos de final do MEO Rip Curl Pro Portugal, 3.ª etapa do Championship Tour (CT), circuito de elite da Liga Mundial de Surf (WSL), a decorrer em Supertubos, Peniche.

A vitória sorriu a Erin Brooks, estreante nestas andanças. E é a segunda vez que tal acontece em etapas da elite mundial. Já o tinha feito no Fiji Pro, no ano passado, igualmente nos quartos, quando entrou como wildcard e eliminou Caitlin Simmers, então, líder do ranking do Championship Tour. Brooks viria, inclusive, a vencer a competição, na primeira participação numa etapa do CT.

“Foi muito divertido compartilhar o heat com a Catie. Conheço-a há muito tempo.

Somos muito boas amigas”, sublinhou após vencer a bateria em Supertubos.

Um duelo contra “a número um é sempre um pouco assustador”, reconheceu em conversa com os jornalistas. “Afastei a Tyler (Wright) na etapa passada (Abu Dabhi), quando ela vestia a licra amarela”, relembrou.

“Temos que meter na cabeça. É apenas outra pessoa. Não importa quem é, surfamos por nós mesmo”, asseverou a surfista nascida no Texas (EUA), mas de nacionalidade canadiana que se estreou na etapa portuguesa do CT.

“É a minha primeira vez no Supertubos. Adoro a onda que passa de grande a pequena, tubos e é muito divertido surfar aqui”, descreveu.

“Era uma das minhas etapas favoritas que via na televisão quando não estava no tour”, confessou. “Agora estou aqui, é tão emocionante”, exclamou.

A baixa estatura não se compadece com as ambições gigantes que coloca no horizonte.

“O troféu é incrível. É tão grande”, descreveu. “Estou a preparar-me para ter forças para conseguir levantá-lo acima da minha cabeça”, referiu, ao recordar o sucedido com Caitlin Simmers quando triunfou em Supertubos, em 2023 e sentiu dificuldades em erguer a “taça” do MEO MEO Rip Curl Pro Portugal Presented By Corona Cero. “(Se vencer) provavelmente vou necessitar de ajuda, espero que isso aconteça”, sorriu.

“Mas ainda está muito longe. Ainda tenho, espero, mais dois heats e espero terminar no topo”, refreou. “É tudo um plano de Deus”, fixou a surfista a cumprir o primeiro ano no circuito mundial de surf.

“É o meu primeiro ano, estou a tentar divertir-me e aprender. Tenho um ótimo treinador, o Jake Patterson (ex-CT), que me ajuda para que seja o mais fácil possível”, finalizou a surfista que soma um 9.º (Pipe) e um 5.º lugar (Abu Dabhi) este ano e ocupa, provisoriamente o sexto posto do ranking.