O prejuízo do Técnico por não ser integrado na Divisão de Honra do campeonato português de râguebi ascende a quase um milhão de euros, disseram hoje dirigentes do clube, que prometem responsabilizar a Federação e seus representantes.

Em conferência de imprensa, o presidente do clube, Pedro Lucas, falou em “prejuízos incalculáveis” e alertou os restantes emblemas, sócios da Federação Portuguesa de Râguebi (FPR), para a “irresponsabilidade total” de manter os ‘engenheiros’ afastados do principal escalão competitivo.

“O Técnico não vai desaparecer, mas vai ter prejuízos incalculáveis. Está documentado e já nos tribunais, que [o prejuízo] já está em perto de um milhão de euros. Estas repercussões vão cair nos clubes, porque as direções da FPR passam, mas os clubes ficam e os prejuízos ficam lá”, advertiu Pedro Lucas, no Instituto Superior Técnico, em Lisboa.

O Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) está a acompanhar o diferendo entre a Federação Portuguesa de Râguebi (FPR) e o Técnico e já questionou aquele organismo sobre a matéria, disse hoje uma fonte da tutela.

Questionado pela agência Lusa, o gabinete do secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia, confirmou que “recebeu em audiência o CR Técnico, por solicitação deste” e limitou-se a dizer que está a acompanhar o caso.

“O Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) está a acompanhar a situação, questionando a Federação Portuguesa de Râguebi sobre a matéria em apreço”, diz a resposta enviada por escrito à agência Lusa.

Em abril, a FPR desclassificou o Técnico da Divisão de Honra de 2021/22 e despromoveu os ‘engenheiros’ ao terceiro e último escalão competitivo nacional por alegada utilização irregular de nove jogadores num encontro com o CDUL.

O Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) anulou, em agosto, as decisões da direção e do Conselho de Disciplina (CD) da FPR, que recorreu para o Tribunal Central Administrativo do Sul (TCAS) e deu início ao campeonato, em 08 de outubro, sem a participação do Técnico.

O Técnico é um dos clubes históricos do râguebi português, tendo sido fundado em 1963.

Com sede nas Olaias, os 'engenheiros' somam, a nível sénior, três títulos de campeões nacionais (1981, 1998 e 2021), quatro Taças de Portugal (1969, 1971, 1973 e 1994) e uma Supertaça (1994).