O regresso de Tiago Monteiro à competição, quase 14 meses depois de grave acidente, é sinal de "recuperação total" e já a pensar em 2019 com o seu Honda no Campeonato do Mundo de Carros de Turismo (WTCR).

"Atípico. Não tenho qualquer perspetiva de performance ou resultados, contudo, espero estar a nível decente. Os testes correram bastante bem, mas obviamente sente-se um ano parado. Felizmente, não tenho sequelas do acidente. Os outros todos estão no ritmo e vai ser necessário algum tempo adaptação", disse, à Agência Lusa, perspetivando a prova em Suzuka, Japão, em 27 e 28 de outubro.

O portuense, que em 2005 obteve a melhor classificação de um português na Fórmula 1, com um terceiro lugar nos Estados Unidos, sofreu um grave acidente numa sessão de testes em Barcelona no WTCC de 2017 (designação anterior), quando liderava a competição, obrigando-o a falhar as últimas provas do Mundial e toda a época de 2018, até ao seu retorno agora anunciado.

"O objetivo é mesmo divertir-me, ter prazer no que vou fazer. É um regresso muito simbólico, mais para preparar o próximo ano do que outra coisa. É muito atípico: normalmente vou para as corridas para ganhar, lutar pelos pódios e vitórias. Desta vez, não sei o que será possível. Vou para marcar ponto simbólico de ter regressado", completou.

Apesar de voltar ao ativo em Suzuka, onde em 2012 começou a ligação à Honda, Tiago Monteiro, por aconselhamento médico, vai falhar o último evento do campeonato, em Macau, uma vez que a prova citadina é bem mais propícia a choques e o objetivo traçado foi o de "evitar impactos entre 12 a 14 meses".

"Não vou. Como não estou na luta por nada no campeonato, não faz qualquer sentido correr riscos. O nível de registo de Macau é um bocado superior. De acordo com os médicos vou usar Suzuka, um circuito mais seguro, como teste real, porém não era essencial correr riscos em Macau, onde há mais probabilidade de haver contactos", justificou.

A ideia é recuperar as boas sensações na pista e "em 2019 começar tudo de novo, voltar à competição a tempo inteiro" na derradeira época de ligação à Honda.

"Volto após quase 14 meses, com muitos esforços, trabalhos e dificuldades, mas o importante é que já estou em fase em que me sinto completamente pronto. Voltar ao ritmo e ao ataque. É bom continuar a minha relação com a Honda, onde tudo começou", concluiu.