O piloto estónio Ott Tanak (Toyota Yaris) fechou hoje o círculo, ao conquistar pela primeira vez o Rali de Portugal, sétima prova do Campeonato do Mundo, precisamente no local onde se estreou ao mais alto nível, há dez anos.

"É a forma perfeita para celebrar este dia", disse o piloto, de 31 anos, mal cruzou a meta, em Fafe, confirmando a terceira vitória da temporada, segunda consecutiva, depois das conseguidas no Chile e na Suécia.

O piloto da Toyota, que venceu cinco das 18 especiais disputadas na 53.ª edição da prova, terminou com o tempo de 3:20.22,8 horas, deixando o segundo classificado, o belga Thierry Neuville (Hyundai i20), a 15,9 segundos e o campeão mundial, o francês Sébastien Ogier (Citroën C3), a 57,1.

O domínio de Tanak começou em Arganil, que regressou ao itinerário do rali ainda na manhã de sexta-feira, não mais cedendo o comando, apesar dos sustos sofridos no sábado com os travões e a suspensão, e terminou no último troço, que distribuiu cinco pontos pelos cinco pilotos mais rápidos.

De contas rápidas, o estónio, último a completar a tirada, travou mesmo a fundo antes de cruzar a meta, de forma a garantir que terminava atrás de Sébastien Ogier: "Tive de travar para garantir que o Ogier abre a pista na Sardenha", admitiu, de imediato.

Tanak acabou por ceder 1,5 segundos e dois pontos ao francês, os suficientes para o piloto da Citroën se manter na liderança do campeonato, com 142 pontos, e, consequentemente, ser o primeiro piloto em pista na próxima prova, de 13 a 16 de junho, na Sardenha.

Sendo uma jornada em terra, o piloto que abrir a pista no primeiro dia terá uma grande desvantagem, podendo perder cerca de um minuto para os adversários.

A operação portuguesa permitiu, assim, recuperar oito pontos no campeonato face ao líder (Tanak tem agora 140) e ainda afastar-se mais um pouco de Thierry Neuville, que tem 132.

O piloto estónio mostra, este ano, uma consistência só vista em 2018, depois de várias temporadas em que sentia dificuldades em garantir vaga a tempo inteiro, que culminou com um espetacular acidente no México, em 2015, quando guiava para a Ford, com o Fiesta a afundar-se num lago.

Desta vez, Tanak não ‘meteu água’, mas o último dia do rali português terminou como começou na sexta-feira, de forma dramática. Os 51,77 quilómetros previstos foram suficientes para o finlandês Esapekka Lappi (Citroën C3) capotar no primeiro dos cinco troços de hoje e embater numa parede de terra no segundo, até desistir, finalmente, com a suspensão partida.

Já em Fafe, foi o britânico Gus Greensmith (Ford Fiesta) a partir a direção em pleno salto, no final da última especial, sofrendo um aparatoso acidente, sem consequências físicas para o estreante, mas obrigando à primeira interrupção da prova.

Pouco depois, seria o irlandês Kris Meeke (Toyota Yaris) a sofrer um pião que significou a desistência, com uma roda arrancada, quando era já terceiro - após outro pião no troço anterior, em Montim 2 -, obrigando a nova neutralização.

"Na especial anterior parecia estar afetado a nível mental e com pouca concentração. Foi uma pena, pois perdemos muitos pontos para o Mundial de construtores", lamentou o patrão da Toyota, o finlandês Tommi Makkinen.

Com o campeonato a entrar na segunda metade já dentro de duas semanas, na Sardenha, os três primeiros classificados estão separados por apenas 10 pontos, quando em 2018 eram 28, fazendo com que este seja o mais competitivo dos últimos anos.