Bernie Ecclestone, “patrão” da Fórmula 1, revelou hoje que está à procura de um sucessor, numa altura em que se prepara para um julgamento por suborno, na Alemanha.

“Este caso tem-me ocupado muito tempo. Ter de estar em Munique não me permite a dedicação suficiente aos meus negócios”, reconheceu o empresário britânico numa entrevista ao Financial Times, publicada hoje.

Bernie Ecclestone, de 83 anos, começa a ser julgado a 24 de abril, em Munique, por acusações de suborno a um banqueiro alemão, numa altura em que se negociavam os direitos comerciais da edição de 2006 do Mundial de Fórmula 1.

“Nos últimos anos, tenho procurado alguém que possa colaborar comigo. Se decidir retirar-me, tenho de encontrar quem continue o meu trabalho”, disse o empresário ao jornal britânico.

O “patrão” da Fórmula 1 é acusado de ter pago 32 milhões de euros ao antigo banqueiro alemão Gerhard Gribkowsky, que em 2006 esteve envolvido nas negociações para os direitos comerciais do Mundial.

Em 2012, Gribkowsky foi condenado a oito anos e meio de prisão por ter recebido pagamentos ilegais quando os direitos da competição foram comercializados.

Ecclestone tem negado sempre as acusações, alegando ter sido alvo de chantagem de Gribkowsky, que o terá ameaçado com denúncias ao fisco britânico.

Apesar de ter abandonado vários cargos diretivos em empresas relacionadas com a Fórmula 1, Ecclestone nunca abdicou das funções de gestão do Mundial.