O piloto francês Johann Zarco, responsável pela lesão do português Miguel Oliveira em 25 de agosto, admitiu hoje que decisão da KTM de o despedir com efeitos imediatos lhe "despedaçou o coração".

Na terça-feira, a marca austríaca anunciou que o piloto francês iria deixar "todas as suas funções em MotoGP com efeitos imediatos", quando ainda faltam seis corridas para o final da temporada.

Esta quinta-feira, o antigo bicampeão mundial de Moto2 admitiu, em declarações ao Canal+ francês, que ficou "chocado" quando soube do despedimento, na segunda-feira.

Zarco já tinha pedido à KTM para o libertar do segundo ano de contrato, previsto para 2020, devido aos maus resultados desta primeira temporada com a equipa oficial.

No entanto, a KTM optou por substituir o gaulês pelo piloto de testes, o finlandês Mika Kallio, para evitar que Zarco tome contacto com as evoluções do próximo ano.

"Soube na segunda-feira e fiquei chocado. É estranho, depois de dez anos de corridas, dizerem-me que não posso terminar a época", disse, em Alcañiz, Espanha, onde este fim de semana se disputa a o Grande Prémio de Aragão, 14.ª corrida da temporada.

"Ainda tenho algumas coisas para recolher, mas não fico até à corrida. Vou voltar mais cedo para casa, para treinar", afirmou Zarco, admitindo que "é difícil de digerir" a decisão da KTM e sublinhando que pretende "continuar na MotoGP".

O piloto francês, contratado esta época pela KTM para a equipa oficial, vinha a ser batido regularmente pelo português Miguel Oliveira, da equipa satélite da marca, a Tech3, tendo revelado dificuldades de adaptação à RC16.

No GP da Grã-Bretanha, no dia 25 de agosto, em Silverstone, tentou ultrapassar o piloto português numa curva em que não havia espaço para as duas motas, acabando por abalroar o companheiro de marca.

A queda deixou Miguel Oliveira com uma lesão em dois tendões do ombro direito, facto que causou bastante irritação quer na antiga equipa do francês, a Tech3, quer no seio da própria marca austríaca.

Com todas as vagas para a próxima temporada já preenchidas, Zarco aponta, agora, a um lugar como "piloto de testes".