Donald Trump, presidente dos Estados Unidos da América, disse esta quarta-feira (17) que é a favor do regresso de Colin Kaepernick à NFL "se ele for capaz de jogar bem", depois de criticar ferozmente os seus protestos contra o racismo, quando ajoelhava durante a execução do hino americano antes dos jogos.

"Se ele merecer, deveria" ter essa oportunidade, afirmou Trump em entrevista à televisão ABC 7 News - WJLA.

"Eu adoraria que ele tivesse outra hipótese. Mas, obviamente, ele deve ser capaz de jogar bem. Se ele não puder jogar bem, acho que seria muito injusto", declarou o presidente.

Kaepernick não joga na NFL desde 2016, quando fazia parte do San Francisco 49ers e começou a ajoelhar-se em protesto contra o racismo e a brutalidade policial conta latinos e afro-americanos.

Esse gesto, que se tornou um símbolo da atual onda de protestos pela morte de George Floyd, causou críticas de muitos setores, incluindo o próprio Trump.

O presidente considerou que o protesto de Kaepernick era uma falta de respeito pela bandeira e pelo país e, em 2017, insultou-o e exigiu o afastamento dos jogadores que fizessem o mesmo.

Estrelas do desporto, como LeBron James, e a própria NFL relembraram nas últimas semanas a figura de Kaepernick, que levou o comissário da liga de futebol americana, Roger Goodell, a admitir que eles estavam errados ao ignorar por anos os protestos dos seus jogadores contra o racismo.

Goodell até incentivou as suas equipas na segunda-feira a contratar Kaepernick, caso o jogador de 32 anos queira retomar a sua carreira.

Trump disse esta quarta que Kaepernick "começou muito bem [a sua carreira] e depois não terminou muito bem como jogador".

"Ele foi fantástico no seu ano de estreia. Acho que esteve muito bem no segundo ano. E então aconteceu algo, a sua maneira de jogar não estava à altura", completou.

A equipe 49ers, a qual Kaepernick pertenceu até a final do Super Bowl de 2013, deixou o jogador sair livremente no início de 2017.

Rodeado por controvérsias sobre o seu ativismo, nenhuma franquia contratou Kaepernick novamente, levantando suspeitas sobre o seu desejo de ficar fora da Liga.

Pertante dessa situação, Kaepernick apresentou uma queixa à NFL em 2017, e em 2019 ambas as partes chegaram a um acordo por um valor não divulgado.

O técnico do Los Angeles Chargers, Anthony Lynn, disse esta quarta-feira que a maioria das equipas considerará a contratação de Kaepernick e que "ele definitivamente se encaixa no tipo de quarterback" que a equipa precisa, mas esclareceu que não entrou em contato com ele.