O canoísta Fernando Pimenta revelou-se hoje “extremamente frustrado” por ver fugir “de forma inglória” a sua quarta medalha nos mundiais do Canadá, ainda assim ciente de que deverá ser um caso raro em Portugal três pódios num só campeonato do Mundo.

“Três medalhas em Mundiais não devemos ter muitos portugueses a tê-lo conseguido. Se calhar sou só eu. Consegui dar um bom espetáculo e lutar pela medalha de ouro [em K1 1.000 e no K2 500 misto com Teresa Portela]. Eu e o meu treinador estamos a fazer um excelente trabalho. Há novos objetivos pela frente, é continuar o rumo”, disse Pimenta.

Em declarações à Lusa, o limiano falava das duas pratas e do bronze em K1 500 metros, bem como da desistência, forçada, em K1 5.000 metros, com o leme partido, quando liderava e estava em fuga, com dois adversários a tentar manter-se por perto.

“É um sabor muito agridoce. Ontem [sábado] fiquei a escassos cinco centésimos de segundo do ouro [K1 1.000] e hoje a 300 milésimas [K2 500 misto]. Depois, nos 5.000 não tive sorte. Seguia na frente, isolado, quando senti que não tinha controlo no barco e tinha acabado por estragar o leme na portagem”, lamentou.

O português ilustrou o seu descontentamento com a desistência, por motivos idênticos, de outros canoístas na prova longa que este ano apostou num modelo adaptado às maratonas, com uma portagem em que os atletas devem pegar no caiaque e correr com ele em terra antes de voltar à água.

“O ouro fugiu-me três vezes das mãos, mas saio satisfeito, pois bati o meu recorde de medalhas num mundial e dei grande espetáculo que é algo que gosto de fazer em representação do meu país. Tenho vindo a crescer”, congratulou-se.

Para os Europeus, daqui a duas semanas, em Munique, mantém a “ambição de sempre”, ainda assim cauteloso quanto à “viagem longa” de regresso a Portugal, à recuperação do ‘jet lag’, ao modo como se readapta aos treinos e a nova viagem, para a Alemanha.

“Sabemos das dificuldades, mas o que nos move é a obtenção de bons resultados e vou lutar pelas finais e aí tentar dar o meu melhor, estar em excelente forma”, concluiu.

Já Kevin Santos foi sexto em K1 200 e revelou-se “um pouco satisfeito” por ter melhorado o novo de 2021, ainda assim acreditando que esta prova poderia ter “conseguido algo mais”, sem, no entanto, se referir às medalhas.

“Resta-me continuar a trabalhar para dar esse passinho acima. A ver se isso acontece já nos Europeus de Munique”, ilustrou.

Prometeu “trabalhar muito” para na próxima época entrar no K4 500 metros “que agora está bem entregue aos colegas, com um trabalho de qualidade e em progressão”.

“Mas para o ano voltam a contar comigo, ainda mais forte, para a luta”, prometeu.