O alpinista nepalês Nirmal Purja, de 36 anos, reivindicou hoje ter estabelecido um recorde histórico ao escalar, em apenas sete meses, os 14 cumes mais altos do mundo, com mais de oito mil metros.

"Missão cumprida", escreveu o montanhista, de 36 anos, numa mensagem divulgada na rede social Facebook, no topo da montanha Shishapangma, no Tibete.

O alpinista nepalês e a equipa atingiram o pico do Shishapangma, de 8.027 metros, às 08:58 (00:58 em Lisboa), de acordo com a mesma publicação, na página do projeto que lançou em abril passado, denominado "Project Possible" ("Projeto Possível").

O projeto do ex-membro das Forças Especiais britânicas seguiu três fases de subida aos 14 ‘picos do mundo’, todos nos Himalaias. A primeira com as ascensões a Annapurna (8.091 metros, em 23 de abril), Dhaulagiri (8.167, em 12 de maio), Kanchenjunga (8.586, em 15 de maio), Everest (8.848, em 22 de maio), Lhotse (8.516, em 22 de maio) e Makalu (8.485, em 24 de maio), no Nepal.

Seguiu para os topos paquistaneses, casos de Nanga Parbat (8.126, em 03 de julho), Gasherbrum 1 (8.080, em 15 de julho), Gasherbrum 2 (8.035, em 18 de julho), K2 (8.611, em 24 de julho) e Broad Peak (8.051, em 26 de julho) e terminou, na China e no Nepal, com as conquistas de Cho Oyu (8.188m, em 23 de setembro), Manaslu (8.163m, em 27 de setembro) e Shishapangma (8.027, em 29 de outubro).

Esta 'maratona' supera largamente o recorde do polaco Jerzy Kukuczka, que necessitou de sete anos, 11 meses e 14 dias para alcançar os topos, com recurso a oxigénio artificial em pelo menos uma subida.

O português João Garcia integra o lote restrito de alpinistas que conquistaram os 14 cumes sem recurso a oxigénio artificial.

Desconhecido até há relativamente pouco tempo, "Nims" atraiu, nos últimos meses, a atenção de outros alpinistas e de órgãos de comunicação social.

Muitos especialistas consideraram a marca dos sete meses física e logisticamente impossível, dada o intervalo de tempo extremamente apertado, sem espaço para riscos ou reviravoltas.

"Todos riram" de Nirmal Purja antes de o alpinista atingir os primeiros cumes, confidenciou o próprio à agência de notícias AFP, antes de partir para Shishapangma.

"Às vezes os planos não correm da maneira que desejamos, mas, mesmo assim, podemos tornar o impossível possível", afirmou.