O canoísta José Ramalho, seis vezes campeão da Europa K1 de maratonas, espera quebrar o enguiço e conquistar o inédito título mundial, no sábado, em Shaoxing, China.

“Treino sempre para ganhar e este ano não é exceção. Estou a fazer tudo direito para que as coisas corram bem. A fazer tudo para que as provas de quinta e sábado corram pelo melhor. Quebrar o enguiço”, disse, em declarações à agência Lusa.

A prova principal, de cerca de 30 quilómetros, decorre no sábado, enquanto na quinta-feira se disputa a de ‘sprint’, de quase quatro quilómetros e que decorre numa primeira regata seletiva dos 20 melhores para a final: “É também um título mundial e quero disputá-lo.”

O vila-condense, que já foi seis vezes campeão da Europa, vai lutar pelo único êxito que lhe falta na carreira internacional, depois de em mundiais já ter sido medalha de bronze em 2009, 2014 e 2016 e medalha de prata em 2012.

“É um título que gostava de conseguir. É de direito toda a gente pensar nisso. Também tenho esse direito. Se não acontecer, tenho na mesma uma carreira cheia de sucessos e como tal… Não vivo obcecado com isso, mas é sem dúvida um ponto que quero atingir”, vincou.

Aos 37 anos, garante que está na sua plenitude – “importa é ter espírito e estar em forma, o que acontece comigo” – e promete “continuar enquanto puder, até os braços não puderem mais ou até ganhar”.

O percurso em Shaoxing é duro, “com um canal estreito e depois um lago mais aberto, com possibilidade de ondas e vento”, a preceito das características de Ramalho.

“Sim, sou um atleta resistente. Gosto de dureza nas provas, de competição. Acho que vai ser bastante duro e toda a gente vai dar o seu melhor. Estou a treinar para isso. Ansioso que chegue. Vai ser uma regata extremamente interessante de ver, mais uma emocionante como têm sido todos os campeonatos do mundo”, sublinhou.

Garante que “todos são adversários”, contudo os que aparentemente impõem mais respeito são o campeão do mundo, o sul-africano Andrew Birkett e o húngaro Adrian Boros, prata na Vila de Prado, em 2018.

“Todos são adversários. Todos os que já foram medalhados em outros anos. E há jovens promessas a aparecer. Há um pouco de tudo. Há muita gente para a medalha”, assegura.

Acima de tudo, José Ramalho entende que “confiança” é a palavra certa – “nela, está tudo, incluindo a experiência e tudo o que treinei” – bem como “deixar fluir a prova”.