O português José de Sousa defende, a partir de sábado, o título do Grand Slam de dardos, após problemas de saúde que complicaram a obtenção de bons resultados nos últimos meses, revelou hoje o jogador à agência Lusa.

O Grand Slam foi o primeiro torneio ‘major’ conquistado pelo jogador natural do Ribatejo, em novembro de 2020, mas, devido aos problemas “já ultrapassados”, Sousa ainda encara a edição deste ano, em Wolverhampton, “como um treino”, para se apresentar na melhor forma possível no Mundial.

“A segunda dose da vacina contra a covid-19 afetou-me muito os músculos e passei a ficar muito cansado depois de jogar. Depois de estar 30 ou 40 minutos a lançar dardos não podia parar, porque depois o meu braço já não reagia”, revelou o jogador português.

Sousa tomou a segunda dose da vacina no início de agosto, um mês e meio após o seu último triunfo no circuito, num evento do Players Championship, e, desde então, tem travado “uma batalha com o próprio corpo”, após ter-lhe sido detetado, também, diabetes, doença crónica que lhe afetou a visão.

“De repente comecei a ver melhor sem os óculos do que com eles. Entretanto, no mês passado, já tive consulta com o oftalmologista, fiz uma série de exames e já voltou tudo ao normal, está controlado. Já recomecei a usar os óculos novamente”, adiantou.

As complicações de saúde, sem dúvida, afetaram as prestações do jogador português e “custaram muito dinheiro e muitos pontos” nos torneios que contam para as Ordens de Mérito da Professional Darts Corporation (PDC) e do ProTour.

“Desde o Europeu, já estou melhor. Nas últimas Super Series do Players CHampionship senti-me ainda melhor e fiz um bom treino, pelo que as coisas estão a voltar ao normal. Fiz o que pude”, desabafou o atual segundo classificado da ordem de mérito do ProTour.

Por isso, José de Sousa tem “levado tudo como um treino para o Campeonato do Mundo”, que se disputa a partir de 15 de dezembro, após o Grand Slam (13 a 21 de novembro) e as Players Championship Finals (26 a 28 de novembro).

Ainda assim, já vai deixando escapar que “pode ser que os títulos voltam a aparecer ainda antes do Mundial”, que é “o sonho de qualquer jogador”, mas garante que vai “para o alvo sem qualquer pressão”.

“Toda a gente sabe o que tenho passado nestes últimos meses e já se aperceberam de que estou a voltar à normalidade. Vou confiante porque, graças a Deus, estou a jogar melhor e confiante no meu jogo. E tenho outra coisa a meu favor, que é o público, que me apoia sempre, independentemente de quem seja o meu adversário”, afirmou.

José de Sousa inicia no sábado, frente a Matt Campbell, a defesa do título do Grand Slam de 2020, ano em que se tornou no primeiro estreante de sempre a vencer o torneio.

No Grupo F, o português terá de defrontar ainda Luke Humphries e Mensur Suljovic.

O Grand Slam tem um prémio monetário de 550 mil libras, que será distribuído pelos 32 participantes, sendo que o vencedor arrecada a maior ‘fatia’, no valor de 125 mil libras.