A preparação para dois Jogos Olímpicos, e fazer face às consequências da pandemia de covid-19 na prática modalidade são dois dos grandes desafios do novo executivo da Federação de Ginástica de Portugal (FGP), que hoje toma posse.

A estes dois “desafios inéditos” juntam-se como grandes objetivos a vontade de agregar a modalidade, o alargamento da base de sustentabilidade da ginástica e o crescimento nas quatro disciplinas olímpicas: artística masculina, artística feminina, rítmica e trampolins.

“É mesmo uma situação inédita: gerir a participação em dois Jogos Olímpicos e ter de lidar com as consequências da destruição que a pandemia causou no tecido associativo. Ninguém tem o segredo para ultrapassar isto da melhor maneira, mas juntos havemos de conseguir”, afirmou Luís Arrais, o novo presidente da FGP, em declarações à agência Lusa.

O novo líder da ginástica portuguesa disse temer os “efeitos destrutivos” da pandemia de covid-19 no tecido associativo, com muito atletas a estarem impossibilitados de treinar e competir, ou a fazerem-no em condições diferentes do habitual e assumiu a necessidade de “criar alguma coisa nova para enfrentar este desafio”.

Com os Jogos Olímpicos Tóquio2020 adiados para o verão de 2021, devido à pandemia, e a competição de 2024 agendada para Paris, Luís Arrais assumiu a ambição de Portugal “ser mais competitivo e marcar presença nas quatro variantes olímpicas da ginástica”, mas também a vontade de “ver a modalidade crescer nas variantes não olímpicas" (aeróbica, acrobática, teamgym e ginástica para todos).

Para os Jogos Olímpicos Tóquio2020, que decorrerão entre 23 de julho e 08 de agosto de 2021, está já apurada Filipa Martins, na artística feminina, faltando decidir a atribuição da vaga nos trampolins, que pode ser ocupada por Diogo Ganchinho, campeão europeu em 2018, Diogo Abreu e Pedro Ferreira.

Luís Arrais abordou também da ambição de “voltar a trazer a Portugal a Gymnaestrada”, o maior evento de ginástica não competitiva do mundo, que passou por Lisboa em 2003.

“Um dos nossos objetivos é recuperar a Gymnestrada e trazê-la a Portugal, é uma competição que junta entre 20.000 a 25.000 pessoas, e somos dos países que mais gente costuma levar”, afirmou.

Eleito em 10 de dezembro, numa votação que contou com três listas, Luís Arrais chegou à presidência da FGP depois de 45 anos ligado a modalidade, os últimos dos quais como vice-presidente do organismo federativo liderado por João Paulo Rocha.

“Comecei como ginasta, mas já comecei tarde, não fui um grande ginasta”, recordou Luís Arrais, enumerando de seguida outras funções que já desempenhou: “Fui treinador, juiz, dirigente associativo, ajudei a formar um clube só de ginástica e fui selecionador nacional”.

Para a FGP, o novo presidente garantiu ter escolhido para o quadriénio 2021-2024 uma “equipa transversal para unir a modalidade, que conseguisse ter na direção todas as disciplinas”.

“Queremos ouvir toda a gente, pensar com as pessoas. Juntar a juventude de uns com a experiência de outros, bem como as diversas vertentes da ginástica”, rematou Luís Arrais, lembrando a modalidade tem “sete disciplinas competitivas, com processos de crescimento e maturação diferentes”.