Dezoito halterofilistas, de seis países diferentes, são suspeitos de ter entregado falsas amostras de urina, com a cumplicidade de 'substitutos' com eles parecidos, aquando de controlos antidoping.

A suspeita, hoje tornada pública, faz parte das conclusões provisórias de um inquérito da Agência Mundial Antidopagem (AMA).

A investigação, que começou em 2017, recorreu a uma nova metodologia, apoiando-se sobretudo em fontes anónimas e análises de peritos.

Concluiu-se que esses halterofilistas terão recorrido a outros fisicamente parecidos, "substitutos que se fizeram passar por eles durante o processo de recolha de amostras, para que a urina 'limpa' fosse fornecida de forma fraudulenta".

"A metodologia (da investigação) permitiu até agora aos investigadores identificar, através da análise de perfis de ADN, casos de substituição de urina implicando 18 halterofilistas oriundos de seis países", explica a AMA, no comunicado que emitiu.

"Os casos serão transmitidos, para gestão de resultados, à Agência de Controlos Internacional, na qual a federação internacional da modalidade (IWF) delegou a realização do seu programa antidopagem", esclarece ainda a AMA, que não divulga nem o nome, nem a nacionalidade dos envolvidos.

O presidente da AMA, Witold Banka, assume-se "consternado pelas práticas reveladas" e pede mais meios de investigação.

"Durante muito tempo, os halterofilistas limpos tiveram de enfrentar uma cultura de dopagem bem cimentada no seu desporto, onde a promoção do medo permitia esconder a verdade e isolar as pessoas que queriam agir corretamente", reforçou Banka.

A IWF e o seu presidente demissionário, Tamas Ajan, estão no centro de um escândalo de dopagem e corrupção. Há quatro meses, o jurista canadiano Richard Mclaren entregou um relatório avassalador para a IWF e Ajan, em que se conclui, nomeadamente, que 40 controlos positivos foram "dissimulados".

A investigação independente de McLaren foi lançada após um documentário do canal alemão ARD sobre o assunto, no início do ano, em que se denunciava uma "cultura de corrupção" no mundo do halterofilismo.

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