Daniel Monteiro assumiu hoje à Lusa estar estupefacto com a impugnação apresentada pela Federação Portuguesa de Lohan Tao Kempo (FPLK) ao ato eleitoral da Confederação do Desporto de Portugal (CDP), que venceu, na segunda-feira.

“Foi com estupefação e surpresa que recebi este pedido de impugnação. Há uma maioria de votos, há uma lista vencedora. É assim a democracia, por um voto se ganha e por um voto se perde. O sentido dos votos nas duas voltas é muito evidente e esclarecedor. A segunda volta é definitiva, os estatutos não deixam dúvidas”, vincou Daniel Monteiro.

O antigo presidente da Federação Académica de Desporto Universitário (FADU), que liderava a lista A, recebeu 26 votos na segunda volta das eleições do organismo para o quadriénio 2023-2027, contra 24 de Ricardo José, ex-presidente da Federação Portuguesa de Atividades Subaquáticas (FPAS), num ato eleitoral que contou com 52 eleitores associados, registando-se ainda um voto em branco e um nulo.

Fonte ligada ao processo eleitoral disse hoje à Lusa que a FPLK evoca o artigo 38.º do número três do capítulo quatro dos estatutos da CDP, no qual se lê que "a Mesa da Assembleia fará o apuramento da votação e declarará eleita a lista que haja obtido a maioria absoluta dos votos expressos".

“Relembro que há quatro anos, em 46 votantes, a lista que ganhou obteve 23 votos. A minha lista obteve 22 votos, tendo havido um voto branco”, recordou o ex-presidente da FADU.

No ato eleitoral anterior, em 2019, Daniel Monteiro foi derrotado por Carlos Paula Cardoso.

“Esses resultados não impediram, em democracia, que a lista vencedora assumisse funções e cumprisse o seu mandato. Os estatutos não mudaram nestes quatro anos, logo a interpretação dos mesmos tem de ser a mesma”, sublinhou o presidente eleito.

Por isso, e pela clareza dos números, Daniel Monteiro, que diz ter recebido várias “manifestações de incredulidade”, desvaloriza esta contestação.

“A vitória no dia 20 [segunda-feira] foi clara e, no entender da lista que lidero, a tentativa de impugnação não tem qualquer fundamento e resulta de um evidente desconhecimento dos estatutos. Só desta forma explico essa tentativa, já que não acredito que decorra de um mau perder. Seria uma contradição com os valores do Desporto e desta Confederação. Olho para este processo com muita tranquilidade e com a confiança que o bom senso, ponderação e espírito democrático irão, naturalmente, prevalecer” rematou.

Daniel Monteiro e Ricardo José disputaram a segunda volta das eleições da CDP, depois de na primeira nenhuma das listas ter conseguido a maioria absoluta.

A lista A, encabeçada por Daniel Monteiro, recolheu então 19 votos, contra 18 da lista C, liderada por Ricardo José, excluindo da decisão a lista B, liderada pela pró-reitora da Universidade de Coimbra, Filipa Godinho, que reuniu 15 votos.

Carlos Paula Cardoso, de 76 anos, presidia há cinco mandatos e 21 anos à CDP, desde outubro de 2002, quando sucedeu a José Manuel Constantino, atual presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), que se tinha demitido do cargo para encabeçar a liderança do Instituto Nacional de Desporto, precursor do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ).