A atleta paralímica Marieke Vervoort, que conquistou quatro medalhas olímpicas durante a sua carreira - ouro nos 100 metros e prata nos 200 metros dos Jogos Paralímpicos de Londres'2012; prata nos 400 metros e bronze nos 100 metros no Rio'2016 - morreu na passada terça-feira depois de, em 2008, ter iniciado um processo para o suicídio assistido. Vervoort sofria com uma doença degenerativa desde os 20 anos.

"Toda a gente me vê a rir com a medalha de ouro, mas ninguém vê o lado negro. Durmo 10 minutos por noite por causa das dores, desmaio sozinha em casa e sou acordada pelo meu cão. Ninguém percebe o que passo a cada dia", disse a atleta, antes do início dos Jogos Paralímpicos, no Rio de Janeiro.

Numa recente entrevista ao jornal desportivo espanhol AS, a atleta belga disse que depois da sua participação no Brasil deixou de competir porque não conseguia treinar.

"Iniciei o processo para a eutanásia em 2008 porque tenho muitas dores e não quero viver quando só tiver dores. Preciso de ajuda todos os dias e eu não quero viver assim", referiu. "Para mim a eutanásia é boa, vai permitir-me descansar quando já não quiser seguir em frente. É um direito das pessoas", explicou.