O guarda-redes da seleção portuguesa Ângelo Girão vai participar no seu último Mundial de hóquei em patins e tem o objetivo de sair com o título de campeão, na prova que vai decorrer em Novara, Itália.

“O último, porque já estou há muitos anos na seleção. A minha vida familiar também está noutro nível, fui pai recentemente, há uma conjuntura completamente diferente do que havia aqui há alguns anos”, disse Girão em declarações à agência Lusa.

Portugal soma 16 títulos mundiais na modalidade, o último dos quais conquistado em 2019, e está a um da recordista Espanha, enquanto a Argentina, atual detentora do cetro, tem seis.

O guarda-redes do Sporting explicou que nunca quis alongar a sua carreira a um ponto em que já não estivesse num nível elevado e que é o momento de fechar o ciclo seleção.

“Acho que chegou à altura de fechar este capítulo, de encerrar este capítulo. Já saio como o atleta mais velho da seleção neste mundial, por isso, tentar sair da maneira melhor possível, que é ser campeão do mundo”, afirmou o atleta de 35 anos.

Da sua passagem pela seleção nacional de hóquei em patins, Girão admitiu que a sua maior frustração foi “não ter conseguido ganhar tantas vezes” como as esperadas e a título de exemplo apontou as últimas três edições do Mundial, em que chegaram sempre à final, mas apenas venceram por uma vez.

“E se calhar ganhámos aquela em que fomos piores e, nas outras duas em que fomos realmente muito melhores, não ganhámos e fica aquele amargo de boca que já podíamos ter três títulos de campeões do mundo e mais alguns europeus”, disse.

Sobre a seleção que vai deixar depois deste mundial em Itália, que se disputa entre segunda-feira e 22 de setembro, Girão assumiu que a sua geração conseguiu destronar a seleção espanhola que era “muito forte” e durante muitos anos ganhou títulos.

“Acho que temos feito grandes progressos, claro que há sempre coisas a melhorar, mas tem sido feito muito pelo hóquei nestes últimos anos”, explicou, salientando que Portugal é uma potência mundial ao nível de clubes.

Sobre o seu futuro, Girão assumiu que esta época vai ser a última no Sporting, mas sem preocupação em relação ao que se vai seguir, garantindo que o foco está em “desfrutar da última viagem na seleção”.

“Tenho uma mala com muito espaço para a taça. O maior desejo é sair com o título de campeão do mundo em hóquei em patins”, concluiu.

A seleção nacional masculina viaja no sábado para Novara, Itália.

Na fase de grupos, Portugal vai enfrentar os Estados Unidos da América (EUA), na segunda-feira, Angola na terça-feira e Argentina na quarta-feira.

Portugal não deverá ter dificuldade em alcançar a qualificação direta para os quartos de final, reservada aos três primeiros classificados de cada grupo do torneio, que compreende dois escalões inferiores: Intercontinental, com a presença do Brasil, e Challengers, no qual está incluído Moçambique.