O ciclista espanhol Raúl Alarcón (W52-FC Porto) subiu hoje à liderança da Volta a Portugal, usando a mesma estratégia que já lhe deu vários triunfos e que o ajudou a conquistar a prova em 2017.

Tal como tinha feito na primeira etapa da Volta de 2017 ou no Grande Prémio Nacional 2, Alarcón ‘explodiu’ e deixou para trás todos os adversários, concluindo em 4:43.00 horas a ligação entre a Sertã e Oliveira do Hospital (177,8 quilómetros).

A 30 segundos ficou o espanhol Vicente García de Mateos (Aviludo-Louletano), vencedor da segunda etapa, e a 40 Jóni Brandão (Sporting-Tavira).

“No final, tentei na subida e não consegui, mas na descida, nestas curvas, fugi, olhei para trás e vi que tinha um pouco de vantagem, e pensei ‘agora tem de ser e pode ser’. Pôde ser, venci a etapa e vesti a amarela, que é algo espetacular”, referiu.

Numa repetição do que aconteceu em 2017, mas com duas etapas de atraso, Alarcón subiu à liderança com 28 segundos de avanço sobre García De Mateos e 40 sobre Jóni Brandão.

Depois de uma fuga inicial de 14 elementos, que foi reduzindo até ficarem só três, apanhados a cerca de 10 quilómetros, Alarcón lançou o primeiro ataque, levando consigo um quarteto de luxo: García de Mateos, Jóni Brandão, Henrique Casimiro (Efapel) e Edgar Pinto (Vito-Feirense-Blackjack).

Já depois de quase ter caído, depois de lhe ter saltado a corrente da bicicleta, o vencedor de 2017 atacou e deixou os companheiros de fuga para trás, sem que ninguém respondesse de imediato.

Sem entendimento no grupo perseguidor, García de Mateos tentou ir ‘buscar’ Alarcón, mas apenas conseguiu limitar os ‘estragos’ e ganhar alguns segundos aos outros candidatos à geral.

“Não havia um bom entendimento. Acabei por atacar eu e vir em busca dele, mas sabia que tinha de me guardar, porque também vinham atrás de mim. E foi um pouco um contrarrelógio”, disse o espanhol, segundo da geral, que acrescentou que era “o último do grupo” e não teve “muita margem de reação”.

O anterior líder, o português Rafael Reis (Caja Rural), terminou na 44.ª posição, a 4.10 minutos, e caiu para 43.º, a 4.01.

À espera dos ciclistas em Oliveira do Hospital estava o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, numa etapa que passou por grande parte dos concelhos mais afetados pelos incêndios de 2017.

No domingo, disputa-se a quarta etapa, a tirada 'rainha' da Volta, entre a Guarda e as Penhas da Saúde, mas que foi hoje encurtada em cerca de 30 quilómetros, passando a ter 144,3, e que não terá a passagem pela Torre.

Assim, os ciclistas terão de passar na mesma por três contagens de montanha, uma de terceira, uma de primeira, nas Penhas Douradas, que substituem a Torre, e uma de categoria especial, nas Penhas da Saúde.