Os já históricos Richard Carapaz e Biniam Girmay asseguraram hoje virtualmente novo feito inédito para os seus países, ao garantirem, respetivamente, a vitória na classificação da montanha e dos pontos da 111.ª Volta a França.

Após tornar-se no primeiro equatoriano a vestir a amarela no Tour, depois da terceira etapa, Richard Caparaz será, no domingo, o primeiro a vencer a classificação da montanha, depois de hoje ter entrado na fuga do dia para assegurar que vestirá a famosa camisola às bolinhas vermelhas em Nice.

“É uma grande recompensa, trabalhei muito e estou muito emocionado”, declarou no final da 20.ª e penúltima etapa, na qual foi terceiro.

Vencedor do Giro2019, vice-campeão da Vuelta2020 e do Giro2022 e terceiro classificado no Tour2020, o ciclista da EF Education-EasyPost estava a viver uma temporada complicada até chegar a esta ‘Grande Boucle’, depois de ter sido privado de defender o título olímpico em Paris2024 pela federação do seu país e ter caído na Volta à Suíça, a menos de um mês da ‘Grand Départ’.

“Para mim, esta Volta a França foi um sucesso”, resumiu o ciclista de 31 anos, vencedor ainda da 17.ª etapa.

Tal como Carapaz, que também já foi ‘rei’ da montanha na Vuelta2022, também Biniam Girmay vai fazer história no domingo, ao ser o primeiro eritreu a vencer a classificação por pontos.

Privado do habitual desfile dos campeões, já que esta edição da Volta a França acaba com um contrarrelógio, o ciclista da Intermarché-Wanty festejou já hoje no Col de la Couillole, que coroou abraçado aos seus companheiros de equipa.

“Temos o orçamento mais pequeno das equipas do WorldTour, por isso ganhar três etapas e a camisola verde é assombroso”, salientou o eritreu, que neste Tour também se tornou no primeiro ciclista do seu país a ganhar etapas na prova.

Aos 24 anos, ‘Bini’ superou a feroz concorrência do belga Jasper Philipsen (Alpecin-Deceuninck), o vencedor da classificação da regularidade na passada edição.

O ciclista da Intermarché-Wanty relatou as muitas dificuldades sentidas nos últimos dias para concluir as etapas de alta montanha, extensíveis a Mark Cavendish (Astana), o recordista de vitórias em etapas no Tour.

Hoje, o sprinter de 39 anos cortou a meta em lágrimas, após ter conseguido sempre chegar antes do fecho do controlo, podendo assim despedir-se tranquilamente no domingo da prova da qual se tornou recordista solitário de etapas (35) logo na quinta tirada.

“Com sorte, chegarei ao fim do meu último Tour, a corrida que me deu tudo”, disse à partida, prometendo “lutar todo o dia para chegar dentro do limite de tempo”, uma missão concluída com sucesso perante os gritos do público e a presença inclusive do presidente da União Ciclista Internacional (UCI), David Lappartient.