Não há ninguém melhor para falar de David Blanco do que Alejandro Marque, o ciclista da Carmim-Prio que passa mais tempo com o vencedor da 74.ª Volta a Portugal em bicicleta do que com a família.
A amizade começou há uma década, ainda o vencedor do contrarrelógio da nona etapa não era profissional, consolidou-se nas três épocas que conviveram na equipa de Tavira (de 2008 a 2010) e nos treinos diários na Galiza e até levou Blanco a apontá-lo como seu favorito para ganhar a Volta na qual esteve ausente (2011).
«Treinamos todos os dias. Quase que passo mais tempo com ele do que com a minha mulher», brincou o galego, que encontra o pentavencedor da Volta a Portugal a meio caminho entre Estrada (“Estrada é o nome do sítio, não vivo na estrada”) e Santiago Compostela, onde reside o camisola amarela.
No dia em que Blanco confimou o recorde de cinco triunfos na Volta, após a chegada da 10.ª e última etapa, em Lisboa, Marque descreveu o ciclista da Efapel-Glassdrive como “metódico” ao ponto de preparar a presença na prova rainha do calendário luso não em dois meses, mas em toda a temporada.
«A Volta para ele tem um sentimento especial, sei que é muito importante para ele ganhar pela quinta vez. Não consigo explicar porquê, mas penso que desde que ganhou a primeira, numa altura em que achava que não era capaz, tomou-lhe o gosto», disse.
Fora do ciclismo, «o David é uma pessoa simples, amigo do seu amigo, uma pessoa que gosta de estar em casa». Defeitos não lhe encontra, talvez por vê-lo como «um irmão», mas aponta uma virtude que, para quem conhece o espanhol de 37 anos, pode ser um ponto negativo.
«Ele é demasiado sincero e há pessoas que não entendem isso», considerou.
Como se veem “tanto” durante o dia, os dois amigos galegos tentam evitar-se fora do treino.«“Mas, quando a época acaba, costumamos coincidir ao jantar», contou.
Aos dois, costuma-se juntar Ezequiel Mosquera, já retirado depois da suspensão de dois anos por doping na Vuelta2010, agora já em ritmo de passeio.
«Sempre treinámos os três. Éramos o grupeto dali, vivemos todos muito perto», concluiu.
Comentários