Praia de Pedrógão, 15 horas menos 19 minutos. Samuel Caldeira (Carmin-Prio) é o 14.º homem do pelotão a partir para a nona etapa da 74.ª Volta a Portugal em bicicleta, um contrarrelógio de 32,6 quilómetros para «cumprir o dia».
«Vim para cumprir o dia, não com ambições de ganhar o contrarrelógio», diz à agência Lusa, que serviu de carro de apoio ao ciclista algarvio de 26 anos.
Caldeira gastou 42.50 minutos para cumprir o trajeto plano, recebendo, como todos os outros, o apoio dos espetadores que se encontravam à beira da estrada para verem os heróis das bicicletas.
«Correu tranquilamente. Não gastei muita força, para amanhã [domingo, na derradeira etapa da Volta] fazer algo de bom», explicou, salientando que «foi boa a companhia» que a equipa da Lusa lhe deu, pois sabia que o carro ia atrás dele.
Na estrada, os apoios a Hugo Sabido – o português que é segundo classificado -, eram muitos, mas nem isso desmotivou o sprinter da equipa de Tavira, que reconheceu que o dia de hoje não era o seu favorito.
Depois de percorridos cerca de 10 quilómetros, Caldeira foi “dobrado” pelo norte-americano Jason McCartney, de 39 anos, vencedor da sexta etapa, no entanto, sabendo que estava a ficar um minutos para trás, não se desmotivou e manteve a pedalada sob 25 graus.
«Para quem está a discutir acho que se sente desmoralizado ao ser ultrapassado. Eu não. Vim para cumprir o dia. Foi o McCartney, como podia ter sido outro qualquer», disse à Lusa sem nunca perder o sorriso.
No final, o atraso de cerca de três minutos e meio em relação ao vencedor do “crono”, o espanhol Alejandro Marque, seu companheiro de equipa, era irrelevante.
Domingo, na 10.ª e última etapa, que liga Sintra ao Marquês de Pombal, em Lisboa, Samuel Caldeira pretende fazer melhor do que na edição da Volta anterior, em que terminou em terceiro batido pelo italiano Francesco Tavazzi e Sérgio Ribeiro.
«Vou ver se consigo vencer. O objetivo é bater o sul-africano [Reinardt Van Rensburg (MTN Qhubeka), vencedor do prólogo e primeiro camisola amarela da Volta], fazendo melhor que o terceiro lugar do pódio», explicou.
Do carro de apoio não precisou de assistência, nem com água, nem com rodas suplentes, que acabaram por não ter sido entregues à partida.
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