Os conflitos internos que estilhaçaram a Efapel-Glassdrive durante a Volta a Portugal de 2013 serviram para reformular o pelotão português, que vai para a estrada este domingo ainda sem saber qual será o destino de Alejandro Marque.
A chave para compreender o pelotão que vai começar a época de 2014 na Prova de Abertura, marcada para Anadia, para este domingo, é a última Volta a Portugal, ganha pelo espanhol Alejandro Marque.
A edição 75 da principal prova velocipédica nacional provocou uma convulsão nas equipas nacionais: se por um lado levou a que o vencedor assinasse pela Movistar, decisão imediatamente revogada quando do outro lado da fronteira surgiram suspeitas de um controlo positivo durante a Volta, ainda não desfeitas, por outro provocou a cisão da Efapel-Glassdrive e a consequente distribuição dos seus ciclistas.
Os problemas na equipa de Carlos Pereira foram por demais evidentes durante toda a Volta e culminaram na debandada geral dos seus ciclistas, com apenas Sérgio Sousa, Filipe Cardoso e Joni Brandão a permanecerem na formação de Lourosa.
Rui Sousa, o descontente terceiro classificado, rumou à Rádio Popular (Boavista) e levou consigo César Fonte, para fazer companhia ao líder Daniel Silva. Hernani Broco pôs um ponto final na carreira, Arkaitz Duran e Ricardo Vilela assinaram pela OFM-Quinta da Lixa, tal como o presidente tornado ciclista do clube, Nuno Ribeiro.
À distribuição dos elementos da Efapel-Glassdrive somam-se os regressos para todos os gostos. Há o de Ricardo Mestre, vencedor da Volta 2011 e, por isso, inevitável candidato à deste ano, depois de uma temporada para esquecer na Euskaltel-Euskadi, o de Manuel Cardoso, o sprinter que volta a casa pela mão da Banco Bic-Carmim após vários anos no estrangeiro, ou o de Vítor Gamito, o muito veterano ciclista que vai alinhar pela LA-Antarte para provar que tudo é possível.
E depois, há os “fiéis”, os homens de sempre, como Hugo Sabido e Edgar Pinto, os chefes de fila da LA-Antarte, Gustavo César Veloso, segundo classificado da Volta de 2013, e Delio Fernández, os espanhóis de qualidade da OFM-Quinta da Lixa, ou os incertos corredores de Tavira, com David Livramento à cabeça.
Salvo grandes surpresas serão eles os ciclistas a ter em conta entre 30 de julho e 10 de agosto, na 76.ª Volta a Portugal em bicicleta.
Para o ponto alto do calendário nacional estará reservado um papel secundário para a mais modesta, mas não menos combativa, Louletano-Dunas Douradas, mais dedicada às fugas bem-sucedidas, com Raul Alarcon ou Jorge Montenegro, do que à luta pela geral.
A grande incógnita é hoje a presença ou não de Alejandro Marque no pelotão. Sem punição conhecida, o espanhol, que contactado pela agência Lusa não respondeu, está desaparecido desde dezembro, altura em que deu várias entrevistas para justificar o seu positivo por betametasona – possui documentos que, alegadamente, comprovam a sua inocência – e foi dispensado pela Movistar, que não o inscreveu na União Ciclista Internacional (UCI).
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