A Efapel quer ganhar a 84.ª Volta a Portugal com Henrique Casimiro, mas este sábado vai continuar cautelosa, na expectativa para ver o que fazem aqueles que estão à frente do ciclista alentejano na geral.

“Eu acho que a gente está onde tem que estar, muito sinceramente. […] Não podemos esquecer que o Henrique está na disputa da Volta. Há ali quatro, cinco ciclistas, qualquer um deles pode ser o vencedor desta Volta a Portugal. Mas o Henrique não é o líder. Ou seja, temos também, muito honestamente, de esperar um bocadinho daqueles que estão à frente dele para que, estando nessa posição, tenham que ser eles os primeiros a pegar na corrida”, resumiu José Azevedo, quando questionado sobre a tática para a nona etapa, que termina no alto da Senhora da Graça.

O líder da Efapel é quinto na geral, a 45 segundos do camisola amarela, o suíço Colin Stüssi (Voralberg) e está a 17 segundos dos lugares do pódio, atualmente ocupados por Artem Nych (Glassdrive-Q8-Anicolor) e Luis Ángel Maté (Euskaltel-Euskadi), respetivamente segundo e terceiro da geral.

Segundo o diretor desportivo, para ganhar na Senhora da Graça, no sábado, não é preciso atacar do quilómetro zero, mas sim estar presente “nos momentos cruciais”.

“E muitas vezes isso surge de uma forma, se calhar, que não é tão exibicionista, mas é eficaz. E no fundo é isso que conta, não é? Ou seja, nós queremos ganhar e temos a nossa estratégia, confiamos no Henrique, esperemos que amanhã [sábado] esteja ao nível que esteve até agora e vamos ver a corrida”, disse.

O diretor desportivo da equipa laranja considera que a etapa de sábado, se não for decisiva, poderá “reduzir muito o lote de potenciais ciclistas a ganhar no domingo”.

“Estamos na luta, nós queremos ganhar a Volta a Portugal. Não vamos desmentir isso e é lógico e legítimo, estando o Henrique na posição que está, ter essa ambição. Ganhar está na disputa pelos primeiros lugares. Se perdermos, honestamente, é indiferente para quem a gente perde”, notou, ao abordar a sua estratégia na sexta etapa, quando Casimiro se isolou com Frederico Figueiredo (Glassdrive-Q8-Anicolor), mas se escusou a trabalhar em conjunto com o ainda vice-campeão em título.

A iniciativa dos corredores das duas maiores rivais do pelotão nacional haveria de fracassar, quando ‘Fred’ abdicou, com Maté e Nych a unirem-se posteriormente para chegarem à Guarda com pouco menos de dois minutos de vantagem sobre os outros candidatos.

“O que aconteceu é que a dado momento eles se isolaram os dois, mas não houve entendimento de nenhum dos dois. Ou seja, houve ali uma posição de expectativa, até porque ainda faltava muito. Poderia dar-se essa situação [de a geral ficar praticamente definida], como também se poderia dar o caso de haver um desgaste enorme, serem alcançados e nos últimos três quilómetros virem a pagar esse esforço e perderem tempo. Ou seja, são opções que se fazem no momento”, argumentou.

Azevedo disse ainda preferir ver Casimiro em segundo “e ganhar a Volta um português”, do que ser terceiro atrás de corredores de outros países.

“Eu antes quero ser segundo do que terceiro. E é essa a nossa mentalidade. Nós não corremos contra ninguém, não fazemos guerras contra ninguém em especial. Fazemos a nossa corrida, temos que ser cautelosos, temos a nossa estratégia e não nos podemos desviar dela”, afirmou.