A Federação Internacional de Boxe (IBA) deu hoje entrada no Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) com um recurso contra a recomendação do Conselho Executivo do Comité Olímpico Internacional (COI), que quer retirar-lhe o reconhecimento.

Segundo o TAS, a IBA está a pedir a anulação da recomendação e entregou ainda um pedido de providência cautelar para suspender a sua execução, aguardando agora a constituição do painel de arbitragem e a receção da documentação necessária.

A decisão sobre medidas cautelares será tomada até 21 de junho, depois de aquele conselho do COI pedir a retirada do reconhecimento da IBA, mantendo a modalidade no programa dos Jogos Olímpicos Paris2024.

A IBA, já suspensa desde 2019, aguarda pela Sessão do COI, que deverá votar esta recomendação em 22 de junho, e que costuma ratificar as decisões da comissão, pelo que a federação perderia a capacidade de organizar torneios olímpicos de boxe e o acesso ao financiamento por esta via.

A Federação Internacional de Boxe está desacreditada por repetidos escândalos de arbitragem, corrupção e dívidas – e também por ter um antigo líder ligado ao crime organizado no Usbequistão -, apesar dos esforços de reforma prometidos pelo novo presidente, o russo Umar Kremlev, eleito em 2020.

Um relatório publicado este mês considera que a IBA não cumpre as condições para que lhe seja levantada a suspensão, mas também que entrou em conflito direto e “intimidação” com o COI, que tem organizado por si próprio os torneios olímpicos, quer em Tóquio2020, quer o próximo, de Paris2024.

A dependência financeira da Gazprom, gigante russo da energia, tornou-se ainda mais problemática no contexto da guerra na Ucrânia, podendo a modalidade sair do programa olímpico a partir de Los Angeles2028, cujo programa final é ratificado este ano.