A World Athletics confirmou esta sexta-feira que a Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) não aumentou o número de testes antidoping fora de competição e defendeu a necessidade de incremento dos controlos inopinados.

“Fizemos um estudo comparativo com outras federações que estiveram nos Mundiais Oregon2022 e as estatísticas falam por si, os dados estão lá. (…) Portugal não aumentou o nível de testes”, disse à agência Lusa o responsável da World Athletics pela testagem em competição.

O italiano Stefano Longo, que falou à margem da apresentação da 33.ª edição da Meia Maratona de Lisboa, referiu que, para o organismo que tutela o atletismo mundial, “é importante que o número de testes aumente” para que seja cumprida a regra 15 da Unidade de Integridade do Atletismo (AIU).

De acordo com uma tabela divulgada recentemente pela AIU a comitiva portuguesa de atletismo nos Mundiais Oregon2022 apresentava 0,91 testes por atleta fora de competição, um dos valores mais baixos de testagem entre as seleções presentes.

No que toca à média de testagem por atleta fora de competição, os 0,91 ‘per capita’ só ficam acima de México (0,80), Nova Zelândia (0,75), Equador (0,53) e República Checa (0,45), com o valor mais alto a pertencer à Etiópia (8,03).

Com base nestes resultados, a AIU comunicou que quatro federações – portuguesa, brasileira, equatoriana e peruana - receberam “avisos claros” sobre a “insuficiência dos seus programas nacionais de testes [antidoping] depois dos Mundiais de Atletismo Oregon2022”.

“Os quatro falharam ao assegurar a existência de testes fora de competição para as suas seleções nos Campeonatos do Mundo seguintes, em Budapeste2023. Consequentemente, o Conselho [da World Athletics] aceitou o apelo da AIU para que as quatro federações imponham condições de elegibilidade aos seus atletas para que possam participar em Paris2024”, explicou a autoridade em comunicado.

Entretanto, na segunda-feira, a Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP) garantiu estar em conformidade com as normas internacionais e disse já ter respondido à World Athletics sobre a necessidade de os atletas portugueses serem mais testados até aos Jogos Olímpicos Paris 2024.

O presidente da FPA, Jorge Vieira, subscreveu a posição da ADoP, e garantiu que o organismo que lidera é “intolerante” com a dopagem.