Liliana Cá vai ser a única portuguesa na final do disco dos Campeonatos do Mundo de atletismo, em Budapeste, com o sétimo lugar na qualificação, enquanto Irina Rodrigues foi eliminada, com o 26.º, melhorando a posição de partida.

Depois do quinto lugar nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, e do sexto nos Mundiais do ano passado, Liliana Cá assegurou a presença na final de Budapeste2023, marcada para terça-feira, às 20:20 locais (19:30 em Lisboa), com um arremesso a 63,34 metros, no seu segundo ensaio.

A lançadora do Sporting, de 36 anos, recusou-se a falar à comunicação social na zona mista do Centro Nacional de Atletismo, na capital húngara, após um concurso em que começou com 61,27, antes de conseguir a melhor marca e de encerrar com um nulo.

Esta é a terceira presença de Cá em Mundiais, depois de ter estado em Doha2019, onde não foi além do 26.º posto.

Irina Rodrigues esteve igualmente presente na qualificação para a final do lançamento do disco, na qual a norte-americana Valarie Allman, medalha de ouro em Tóquio2020 e bronze em Oregon2022, protagonizou o melhor ensaio, com 67,14, seguida da atual campeã mundial, a chinesa Feng Bin, com 65,68.

À procura da sua sexta presença em pódios de Mundiais, a croata Sandra Perkovic, campeã olímpica em Londres2012 e no Rio2016, e do mundo em Moscovo2013 e Londres2017, terminou a qualificação no terceiro posto, com 65,62.

Apesar da eliminação, Irina Rodrigues assumiu-se grata pela oportunidade e satisfeita com a sua presença em Budapeste2023, a sexta em Mundiais.

“Estou muito feliz e grata por estar nos Campeonatos do Mundo, porque além de serem os sextos, são os meus primeiros como médica. Num ano em que apostei tanto na finalização do meu curso de medicina, chegar aqui, subir uns lugares, porque eu fui repescada, acho que só pode ser positivo e eu tenho de estar grata”, reconheceu.

A lançadora natural de Leiria, de 32 anos, reconheceu que os 57,08 metros alcançados na sua terceira e última tentativa, depois de arremessos a 56,86 e 55,37, ficaram aquém do desejado.

“Obviamente que eu queria lançar mais, mas eu dei tudo o que tinha”, assegurou, assumindo a vontade de “fazer mais campeonatos como médica”.

Ambicionando tornar-se num “exemplo para quem entra na faculdade, porque a carreira dual é possível”, Irina Rodrigues promete lutar por uma terceira presença olímpica, depois das experiências em Londres2012 e Tóquio2020.

“Eu penso muito nos Jogos Paris2024. Consegui concretizar muitos sonhos numa época só e o próximo vai ser o meu primeiro ano a trabalhar, a conciliar treinos e a minha futura profissão, por isso é uma questão de gestão, de sonhos e eu continuo a sonhar”, admitiu a atleta, que pretende candidatar-se ao internato de formação geral “perto do treinador” [Júlio Cirino Rocha], na ilha açoriana da Terceira.