Falta um pouco menos de dois minutos, mais exatamente um minuto e 49 segundos, para se baixar da mítica barreira das duas horas na maratona e sábado, em Viena, o queniano Eliud Kipchoge volta à carga para o conseguir.

Será uma tentativa preparada ao pormenor, com todos os detalhes equacionados, mas com o único 'problema' de não poder ser considerada uma marca oficial, a exemplo do que já se faz há dois anos.

Há um ano, na maratona de Berlim, Kipchoge fixou o atual recorde e relançou na agenda essa barreira e o interesse por aquela que é considerada uma das maiores promoções mediáticas da Ineos.

"Segui o mesmo treino, a minha equipa é a mesma, mas melhorei ainda mais a parte mental", disse Kipchoge, a dois dias da tentativa: "Sinto-me melhor preparado e estou confiante. Vou conseguir."

O longilíneo queniano, de 34 anos (1,67 metros, 52 quilogramas), estará no sábado na partida para um 'show' organizado na antiga reserva de caça imperial do Prater, no centro de Viena. O patrocinador é o gigante da petroquímica Ineos, cujo milionário patrão, Jim Radcliffe, se vira cada vez mais para o investimento no desporto.

Nada foi deixado ao acaso: três meses e meio de preparação do traçado, um percurso asfaltado sem qualquer imperfeição, uma pista testada várias vezes graças a programas de simulação.

Vários fundistas acompanharão Kipchoge, para manter a cadência, num percurso sempre ladeado de árvores, para proteger do vento. E o percurso seguirá, por várias vezes, uma reta longa de 4,3 quilómetros.

Esse conjunto de condições particulares leva a Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF) a não homologar o resultado.

No que pode ser uma nova era na exploração dos limites humanos, Kipchoge aponta para as 1:59. Sabe também que as condições climatéricas deverão estar perfeitas, com temperatura próxima dos 15 graus e uma taxa de humidade e qualidade do ar favoráveis.

A hora da partida - entre as 03:00 e as 07:00 - só vai ser comunicada na sexta-feira, na posse das últimas previsões.

Kipchoge é um dos maiores corredores de sempre, revelando-se em 2003 com a vitória surpresa nos 5.000 metros dos Mundiais de Paris. Já ganhou as maratonas de Chicago, Londres, Berlin e conquistou o ouro olímpico no Rio2016.

Agora, diz que quer "correr para a história" e demonstrar que "o ser humano não tem limites".