Ana Cabecinha terminou os 20 quilómetros marcha dos Europeus de Atletismo no oitavo lugar, numa prova que começou uma hora e 50 minutos depois da hora marcada e que terá condicionado as atletas.

Um cheiro intenso a gás levou à delimitação de parte da zona de abastecimento da prova, tendo a situação sido avaliada pelos bombeiros, facto que levou a organização a colocar as mulheres a competirem junto dos homens.

Essa situação levou a que as atletas tivessem aquecido, estivessem na linha de partida, e depois soubessem que tinham de ir de novo para a tenda das equipas, para esperarem pela nova partida.

Dada a partida, Ana Cabecinha andou no grupo da frente, reagindo aos ataques, mas depois dos 10 quilómetros sentiu mais dificuldades em aguentar o ritmo do grupo, deixando-se ficar para trás e ‘caindo’ para a oitava posição, que aguentou até ao final, cortando a meta em 1:29.49 horas.

A vencedora foi a espanhola Mária Pérez, que cortou a meta em 1:26.36 horas, à frente da checa Anezka Drahotova (1:27.03), e da italiana Antonella Palmisano (1:27.30).

"Aquela paragem não foi nada boa, a nível de nervos e da alimentação, pois nós comemos às 06:00 da manhã. Depois elas partiram muito rápido, houve muitas mudanças de ritmo, fui respondendo aos ataques enquanto foi possível, mas chegou um momento em que não podia fazer mais", referiu a atleta.

Cabecinha salientou, no entanto, ter corrido abaixo da uma hora e 30 e que tem que estar satisfeita.

"O que eu queria mesmo era ter melhorado o sexto lugar de há dois anos. Quanto às condições atmosféricas, eu prefiro o calor, mas acabou por chover e estar menos calor, o que as ajudou a irem mais rápido. Mas eu dei o meu melhor", afirmou.

Sobre o tempo de espera, inédito numa grande competição, dentro da tenda de equipas, a atleta referiu que "naquela hora, não se mata tempo”, não se sabe se devem aquecer outra vez ou não, pelo que aqueceu e depois esperou uma hora.

“Com a prova a começar em bases rápidas senti tudo na parte final", concluiu a atleta.

Na zona mista passou também Edna Barros, a estreante nestas competições, que desistiu depois dos 11 quilómetros

"A partir dos seis quilómetros senti dor no joelho direito, tentei reagir, tomei analgésico no abastecimento, mas não resultou. A partir dos 10 quilómetros a dor aumentou e tive que abandonar. Estou triste por acontecer na minha estreia, foi horrível", concluiu a atleta perto da tribuna de imprensa e das bancadas onde esteve presente a campeã dos 50 quilómetros marcha, Inês Henriques, a apoiar as suas compatriotas.