Portugal depende apenas de si para melhorar no Euro2024 de andebol o histórico sexto lugar alcançado em 2020, bem como conquistar uma vaga para os torneios pré-olímpicos rumo a Paris2024.

Se, por um lado, uma das vagas para os torneios pré-olímpicos em jogo no Euro2024 já está praticamente garantida para a seleção portuguesa, a melhor classificação de sempre está ainda dependente do apuramento para o jogo de atribuição do quinto e sexto lugares.

Já com as duas posições no Grupo II da ‘main round’ (fase principal) entregues à tricampeã mundial Dinamarca e à campeã europeia Suécia, que avançam para as meias-finais, Portugal está na luta pelo terceiro lugar, que qualifica para o dito jogo.

Até ao momento, o desempenho da seleção lusa tem sido irrepreensível, tendo somado quatro vitórias, que constitui já um novo máximo em fases finais, e duas derrotas com as candidatas Dinamarca (37-27) e Suécia (40-33), tendo esta última ditado a eliminação das meias-finais.

Martim Costa, com 46 golos, correspondendo a uma eficácia de 69,7%, é o jogador em destaque na seleção portuguesa e lidera a tabela dos melhores marcadores do torneio, embora com mais um jogo do que as seleções do Grupo I.

Na derradeira jornada do grupo, a disputar na terça-feira, a seleção portuguesa defronta a dos Países Baixos, última posicionada e já sem qualquer hipótese de apuramento, e uma vitória garante a conquista do terceiro posto do Grupo II e o acesso ao jogo de atribuição do quinto e sexto lugares.

Portugal parte para a derradeira jornada em igualdade pontual com a Eslovénia, com quatro pontos, equipa que venceu por 33-30 na ‘main round’, tal como a Noruega (37-32), com menos dois, pelo que se terminar empatada com estas duas seleções tem vantagem no confronto direto.

A seleção dos Países Baixos, segunda classificada do Grupo E, atrás da campeã europeia Suécia, ainda não venceu nenhum jogo na fase principal, tendo sido derrotada pela Dinamarca (39-27), Noruega (35-32) e, no domingo, Eslovénia (37-34).

O lateral-direito Niels Versteijnen marcou 15 golos frente à Eslovénia, quase metade dos apontados pelos neerlandeses, e igualou o segundo lugar do lateral suíço Andy Schmid na lista dos recordes de golos apontados num só jogo de uma fase final.

O histórico entre as duas seleções é igual, com três vitórias para cada e um empate. Os Países Baixos venceram o único encontro anterior no campeonato da Europa, em 2022, por 32-31, na Hungria, que ditou o afastamento luso da fase principal.

A seleção portuguesa tem que fazer frente aos Países Baixos um resultado igual ou melhor do que o da Eslovénia com a Dinamarca, caso contrário será afastado do terceiro lugar e da possibilidade de viajar para Colónia, onde irá decorrer a fase final.

Este cenário não invalida, no entanto, que a seleção portuguesa possa sonhar com a qualificação para o torneio pré-olímpico rumo a Paris2024, pela segunda vez consecutiva, que foi sempre o objetivo principal que norteou a participação.

Para alcançar esse desígnio, que para já está bem encaminhado, Portugal tem de ficar numa das duas primeiras posições das seleções que ainda aspiram ao pré-olímpico e atrás das que já garantiram vaga para o torneio, casos da Dinamarca e França.

Atendendo que as seleções da Suécia, Alemanha, Noruega e Hungria, bem como a já eliminada vice-campeã Espanha, que caiu com estrondo na primeira fase, já estão apuradas para os torneios pré-olímpicos pela classificação do Mundial2023, a conjuntura está favorável a Portugal e à Áustria.

A este cenário acresce ainda o desempenho do Egito, que já garantiu o pré-olímpico pela classificação no Mundial2023, no campeonato africano, que pode abrir nova vaga caso chegue ao título e ao apuramento direto para Paris2024, beneficiando neste caso a Croácia.

Caso o campeã europeu seja uma seleção que já está qualificada para Paris2024, como a campeã mundial Dinamarca e a anfitriã França, a vaga para o torneio pré-olímpico passa para a seleção seguinte no Mundial2023, que pode ser a Eslovénia se a Croácia já estiver apurada.

Portugal, que marca presença pela oitava vez na fase final de um Europeu, terceira seguida, qualificou-se pela terceira vez para o ‘main round’ (2002, 2020 e 2024), sendo que o melhor resultado é o sexto posto alcançado há quatro anos.

Nas edições com 24 seleções presentes (2020, 2022 e 2024), Portugal marca presença pela segunda vez na ‘main round’ (2020 e 2024), ao que soma mais uma, em 2002, quando a competição era disputada por 16 seleções, tendo terminado em nono.

Portugal, que vai acolher a competição em 2028, juntamente com a Espanha e a Suíça, depois de ter sido anfitrião da edição inaugural, em 1994, tem como melhor resultado o sexto lugar alcançado em 2020. Em 2022 terminou em 19.º.