A ucraniana Maryna Bekh-Romanchuk, duas vezes vice-campeã mundial do triplo salto, espera chegar aos Jogos Olímpicos Paris'2024 em boas condições mentais para poder lutar pela medalha de ouro e elogiou a rival portuguesa Patrícia Mamona.

Maryna Bekh-Romanchuk, segunda classificada nos Campeonatos do Mundo Budapeste2023, está em Portugal a preparar as provas do próximo ano, entre elas os Jogos Olímpicos, e destacou o salto que valeu a Mamona o segundo posto e a medalha de prata em Tóquio2020.

“É uma rapariga muito forte, tem uma medalha olímpica conquistada em Tóquio e, quando ela saltou, vi o salto dela e foi o melhor sprint da sua vida, fez um salto muito bonito”, enalteceu a ucraniana, para quem Mamona pode também lutar pelas medalhas e pelo ouro em Paris, caso esteja bem física e mentalmente.

Em entrevista à agência Lusa, a ucraniana, de 28 anos, salientou que, além de ser “muito boa”, a portuguesa conta ainda com um “bom treinador” [José Uva] e “estará preparada” para lutar pelo título olímpico do triplo salto.

“Passa-se com ela o mesmo que comigo, estando bem fisicamente, é preciso ter uma boa condição mental para chegar lá”, considerou, recordando que a portuguesa recupera de uma lesão, aludindo às dificuldades passadas com a invasão da Ucrânia pela Rússia, que a impediram de estar exclusivamente focada na competição.

Sobre a possibilidade de superar a venezuelana Yulimar Rojas, campeã olímpica e tetracampeã mundial, e chegar ao ouro em Paris2024, considera que “é possível”.

“Sim, é possível, claro, o corpo pode fazer tudo, o único problema está na cabeça, quando vamos para a competição temos de ter a cabeça limpa, compenetrarmo-nos no nosso corpo, no nosso treino e no que se tem de fazer. Precisamos de um bom treino, uma boa recuperação e depois ter a cabeça limpa”, insistiu.

A saltadora ucraniana, que competirá também no salto em comprimento, reconhece que tem de estar no seu melhor para o conseguir.

“Tenho de fazer um grande salto, porque a [Yulimar] Rojas é muito forte e, se ela estiver em boas condições físicas, sem problemas, consegue saltar sempre entre os 15,15 e 15,30 metros, e para mim estes resultados são excecionais, tenho de fazer um grande salto”, disse a ucraniana, que tem como recorde pessoal 15,02.

Depois de ir à Ucrânia no Natal, aponta aos Mundiais em pista coberta, em Glasgow, na Escócia, e regressa a Portugal e a Vila Real de Santo António para preparar os Europeus, em Roma, marcados para junho, e os Jogos Olímpicos, que se disputam em agosto.

“Vou voltar para treinar aqui, porque é um sítio espetacular para relaxar e fazer a preparação”, afirmou a atleta à Lusa, numa entrevista realizado num hotel de Monte Gordo, localidade onde se hospeda quando treina em Vila Real de Santo António.

A compatriota Anna Ryzhykova também disse à Lusa que vai regressar em março para preparar as competições de 2024, embora adiantando que não vai estar nos Mundiais ‘indoor’.

“Vamos ficar até sexta-feira [22 de dezembro], depois volto para casa, e a seguir regresso em fevereiro para começar a preparação olímpica”, afirmou, adiantando que vai estar nos Campeonatos da Europa, em Roma, nos Jogos Olímpicos, em agosto, pelo que “fazer também pista coberta seria muito complicado”.

Questionada sobre os resultados que espera, a barreirista promete “fazer o melhor” que conseguir.