O presidente russo, Vladimir Putin, acusou hoje o Comité Olímpico Internacional (COI) de subverter as ideias de Pierre de Coubertin, o fundador dos Jogos Olímpicos modernos, e de politizar e comercializar o desporto.

“O desporto deve estar à margem da política. Não deve afastar as pessoas, e sim uni-las”, comentou o governante, ainda em alusão às proibições impostas aos desportistas russos, em consequência da guerra na Ucrânia.

Putin justificou que as diretivas das Federações internacionais e do próprio COI são contrárias aos ideais de Pierre de Coubertin.

O presidente russo manteve o tom acusatório, acrescentando que na última década o “movimento olímpico subjugou-se aos interesses financeiros”, existindo uma “comercialização inadmissível”.

“Não se trata apenas de estabelecer recordes, mas de unir as pessoas. E o movimento internacional olímpico perdeu essa função. É lamentável para o movimento, e de um modo ou outro surgem outros movimentos alternativos”, referiu.

Putin lembrou que no próximo ano decorrem os Jogos da Amizade e os Jogos dos BRICS (Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul), nos quais participam com gosto todos os que “não estão politizados”.

O governante voltou a lamentar que atletas russos e bielorrussos não possam competir debaixo das suas bandeiras em Paris2024, mas também evitou julgar aqueles que mudaram de cidadania desportiva, 55 de acordo com o ministério do desporto russo.

“Não critico ninguém, mas quando um atleta, especialmente de alto rendimento, chega ao topo e escuta o hino do seu país e o içar da bandeira, isso é algum importante. Cada um faz as suas escolhas”, acrescentou.