O chefe de missão de Portugal aos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude Gangwon2024, Pedro Flávio, afirmou esta quinta-feira que os objetivos definidos “foram mais do que superados” e se obteve um “resultado histórico”.

Na competição que termina na sexta-feira, na Coreia do Sul, e na qual Portugal se estreou com a patinagem de velocidade no gelo, a atleta madeirense Jéssica Rodrigues, de 17 anos, ao alcançar o sexto lugar na prova de ‘mass start’, conquistou o primeiro diploma português de sempre nuns Jogos Olímpicos de inverno, embora estes sejam para atletas mais jovens.

No esqui alpino, modalidade em que o país já tinha estado representado em Lillehammer2016 e Lausane2020, Emeric Guerillot, de 16 anos, foi 21.º classificado no slalom, lugar que igualou o de Andrea Bugnone no combinado alpino em 2016, mas com menos participantes face aos 70 que disputaram a prova de slalom em Gangwon2024.

Na prova individual de 500 metros na patinagem de velocidade no gelo a soma dos tempos dos melhores atletas masculino e feminino permitiram a qualificação para as estafetas mistas, na qual um erro na zona de transição levou à desclassificação da dupla lusa, mas o chefe de missão salientou que esse apuramento foi “uma boa surpresa” e destacou que os patinadores portugueses “ficaram à frente de várias equipas que têm muitos anos de tradição nestas modalidades”.

“Este foi o resultado mais expressivo que alguma vez os desportos de inverno tiveram em Jogos Olímpicos, neste caso em Jogos Olímpicos da Juventude”, sublinhou Pedro Flávio, em declarações à agência Lusa.

O também presidente da Federação de Desportos de Inverno de Portugal (FDIP), com sede na Covilhã, lembra que o esqui já é presença habitual nas competições internacionais, que foi a primeira vez que a patinagem de velocidade no gelo esteve num evento olímpico e considerou que os resultados são “reveladores do trabalho que tem vindo a ser feito ao longo dos últimos anos”.

“É um resultado histórico para os desportos de inverno. Eu acho que cria aqui um ponto de viragem, talvez um ponto de partida para pensarmos o futuro com objetivos ainda mais ambiciosos”, frisou Pedro Flávio, à Lusa.

Segundo o chefe de missão, “há uma aposta grande do Comité Olímpico de Portugal (COP) em tentar que as modalidades olímpicas de Inverno cresçam, porque percebe que a FDIP tem estado a fazer um trabalho de desenvolvimento e uma grande aposta nestas modalidades”.

O primeiro diploma olímpico conseguido por Portugal em modalidades de inverno, por Jéssica Rodrigues, na prova em linha de longa distância, em que os atletas competem em pelotão e tem pontos intermédios e finais, aliado às restantes classificações, acima do definido à partida para a Coreia do Sul, “são inspiradores”.

“Estes resultados são inspiradores para nós continuarmos a fazer esse investimento e para que daqui a uns anos possamos estar a falar de resultados ainda melhores do que estes”, enfatizou Pedro Flávio, que alertou que a participação na patinagem de velocidade no gelo, projeto que a FDIP está a trabalhar há três anos, com a participação em provas e a realização de estágios para três níveis, chamou a atenção de outros países e da federação internacional.

Segundo Pedro Flávio, o propósito é chegar aos Jogos Olímpicos Milão-Cortina2026 “com mais atletas do que em Pequim e com mais modalidades, pelo menos, mais uma modalidade”.

Portugal esteve presente nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude com os esquiadores Nahia Vieira da Fonte e Emeric Guerillot, ambos de 16 anos e residentes em França, e com os patinadores Jéssica Rodrigues, de 17 anos, Francisca Henriques, 16 anos, Martim Vieira, de 16 anos, e Manuel Piteira, de 15 anos, todos residentes em Portugal e que começaram o seu percurso com rodas nos pés.