Os vereadores do PCP na Câmara Municipal de Lisboa vão propor à autarquia a construção ou adaptação de um equipamento vocacionado para a prática desportiva de crianças, jovens e adultos com deficiência.

Tendo em conta que hoje se assinala o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência e que Lisboa será Capital Europeia do Desporto em 2021, os comunistas consideram que é “o momento de conjugar estes dois elementos” e “propor à câmara que dê um sinal”.

“Este conjunto de efemérides mais do que assinaladas pontualmente devem deixar marcas no desenvolvimento da cidade”, salientou o vereador do PCP Jorge Alves, durante a apresentação da proposta, acrescentando que é “possível e desejável a construção de um equipamento desportivo” que “tenha caraterísticas especiais na medida em que seja possível a prática das diversas atividades desportivas pela pessoa com deficiência”.

O autarca referiu que os atletas portadores de deficiência só podem praticar a atividade desportiva nos “poucos pavilhões” que existem, que “não são dedicados” e “ainda por cima só podem” treinar “quando todos os outros atletas deixaram os espaços livres”.

Alguns espaços só estão disponíveis “a meio da manhã ou a meio da tarde”, situação incomportável para quem tem uma atividade profissional, e “a partir das “oito, nove da noite”, horário que não é compatível com o serviço de apoio à mobilidade da autarquia.

Simultaneamente, a Câmara de Lisboa, presidida por Fernando Medina (PS), deve requalificar as instalações desportivas municipais que ainda não cumprem o regime de acessibilidade previsto na lei e apoiar as coletividades e associações, “através de meios financeiros adequados, para a reabilitação e requalificação das suas instalações desportivas e sedes sociais”, lê-se no documento.

O vereador Jorge Alves destacou também a importância de criar uma linha de apoio específica “para todas as coletividades e associações que se comprometam com este projeto” e queiram “adaptar as suas instalações para esta prática”.

“Ao longo deste mandato, temos contactado com diversas entidades que gostariam de acolher nas suas instalações e nos seus clubes pessoas com deficiência e não o fazem porque não têm condições”, sustentou.

Construir rampas de acesso, adaptar balneários, melhorar os acessos e adaptar os próprios equipamento desportivos são algumas das necessidades, exemplificou Jorge Alves.

O eleito lamentou também que ainda não seja conhecido o que “está programado e previsto” para a Lisboa Capital Europeia do Desporto 2021 e defendeu que está contemplado no orçamento camarário para o próximo ano “um fraco investimento para um objetivo que podia ser tão nobre e tão amplo”.