O médico alemão Mark Schmidt foi hoje condenado a quatro anos e 10 meses de prisão por um tribunal de Munique, pelo envolvimento numa rede de doping internacional, desmantelada em 2019 pela denominada ‘operação Aderlass'.

Schmidt, de 42 anos, foi também proibido de exercer a profissão de médico durante três anos e condenado ao pagamento de uma multa de 158.000 euros.

Um dos quatro cúmplices do médico foi condenado a uma pena de prisão de dois anos e quatro meses, e os restantes três, entre os quais o pai de Mark Schmidt, ao pagamento de multas.

Na sessão de hoje, Schmidt, que já tinha confessado em tribunal que dopou atletas desde 2012, mostrou-se arrependido: "Tomei o caminho errado, é tudo culpa minha. Quando semeamos porcaria, temos de enfrentar as consequências. Lamento muito ter envolvido outras quatro pessoas nisto”, disse.

O caso Aderlass foi conhecido em fevereiro de 2019, quando a polícia austríaca fez buscas na sede da organização dos Mundiais de esqui alpino, em Tirol, das quais resultou a detenção de cinco atletas, além de Schmidt, com várias outras detenções a acontecerem desde então.

Em nota lida pelos seus advogados durante o julgamento, Schmidt, filho de atletas e antigo esquiador, explicou que não se lembra da razão pela qual começou a praticar o doping, por via sanguínea, sobretudo com atletas de esqui e de ciclismo.

O médico referiu que a dopagem “tem de estar na agenda para um atleta que queira ser bem sucedido” e garantiu que não se importava em “ter lucro financeiro”.

Mark Schmidt pedia cinco mil euros pelas amostras de sangue e pelas operações de injeções repetidas, e admitiu receber bónus quando atletas venciam corridas ou medalhas.