O governo sueco apelou hoje a uma exclusão da Rússia de todas as competições desportivas, em resposta à invasão da Ucrânia iniciada na madrugada de quinta-feira por ordem de Vladimir Putin.

No âmbito das sanções europeia a Moscovo, a Suécia pretende que os 27 países da União Europeia (UE) articulem também “um boicote aos laços desportivos” com a Rússia, “enquanto durar a invasão da Ucrânia”, defendeu o ministro do desporto sueco, Anders Ygeman.

“O mais importante é que cesse a agressão por parte da Rússia. Se a UE decidir por um boicote desportivo, isso contribuirá para que alcancemos esse objetivo”, sublinhou o ministro, em comunicado.

A Suécia especifica querer um boicote a todas as competições desportivas previstas para a Rússia, mas também que nenhum atleta russo possa participar em competições na Europa.

No âmbito do desporto já foram tomadas algumas medidas, nomeadamente a retirada da final da Liga dos Campeões de futebol a São Petersburgo ou o cancelamento do Grande Prémio de Fórmula, previsto para Sochi, em setembro.

Também no Reino Unido, já fora da União Europeia, a secretária para os assuntos internos, Priti Patel, recusou hoje vistos a basquetebolistas bielorrussos, face à posição de Minsk no conflito, em que apoiou tropas russas na invasão.

No Esqui, as federações da Noruega e da Suécia fizeram hoje saber que os desportistas russos não são bem-vindos às provas nestes dois países, previstas para o próximo mês, enquanto a Polónia já disse hoje que se recusa a disputar o ‘play-off’ para o Mundial de futebol de 2022.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos 198 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 120.000 deslocados desde o primeiro dia de combates.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.