A pró-reitora da Universidade de Coimbra Filipa Godinho candidata-se à Confederação do Desporto de Portugal (CDP) com o objetivo de “afirmar o desporto” e alavancá-lo na sociedade, disse hoje à Lusa.

“O que pretendemos é dar forma a um propósito de alavancar o desporto português em múltiplos domínios. Apresentamo-nos para afirmar o desporto, à imagem da sua importância, centralidade e essencialidade, para um modelo de sociedade, o que entendemos que devemos lutar para a nossa sociedade”, explica.

Godinho apresenta hoje a candidatura no Forte do Bom Sucesso, em Lisboa, a quarta às eleições de 13 de novembro.

Entre os projetos para o quadriénio 2023-2027 estão ações em “múltiplos domínios”, desde “a transição digital e tecnológica”, a criação de conhecimento e o investimento em dados, além de “um desporto com menor pegada ecológica e mais sustentável”, mas sobretudo que possam “liderar o debate relacionado com o desporto”.

Pretende, nesse campo, “propostas maduras, transversais, concertadas entre todo o movimento desportivo”.

“Não podemos continuar à espera, temos de agir. Não podemos esperar um estatuto de dirigente desportivo, uma carta desportiva nacional, que nos apresentem o enquadramento tributário justo para o desporto ou regras de financiamento. Temos de dar um passo em frente, desta forma transversal e concertada. Exigir o que entendemos que é o justo para o desporto”, define.

Para isso, afirma, pretende juntar não só as federações das várias modalidades como também o Comité Olímpico de Portugal (COP) e o Comité Paralímpico de Portugal (CPP) num mesmo desígnio, porque “quanto mais unidos e concertados, melhor a ação”.

Assim, pretende encetar “sensibilização junto do Governo, mas também sensibilizar uma sociedade para as questões fundamentais do desporto”.

“Só assim conseguiremos ter o poder de transformar e modificar para caminhar para um futuro melhor para o desporto”, atira.

Questionada sobre a relevância de poder ser a primeira mulher à frente da Confederação, considera que “é bom” poder representar a primeira liderança feminina e que devem surgir “mais mulheres” nas organizações, mas não a deixa “preocupada o facto de ser mulher ou homem”.

“Sinceramente, olho mais à capacidade, às qualidades das pessoas, mais do que qualquer outra coisa. Trabalhámos em ter uma equipa heterogénea, com homens e mulheres, pessoas de várias idades, porque isso é que faz com que possamos ter mais ideias e trabalhar em mais áreas, de forma mais transversal, e chegarmos a vários campos de atuação”, responde.

Estas oportunidades, afirma “devem ser dadas a ambos, mulheres e homens”, mas “o importante é a qualidade das pessoas no projeto”.

Doutorada em Ciências do Desporto, é diretora do Estádio Universitário da Universidade de Coimbra e já integra a direção atual da CDP, pertencendo ainda à direção da Organização Europeia Não-Governamental de Desporto, integrando também a Comissão de Educação da Associação Europeia do Desporto Universitário.

Foi diretora desportiva dos Jogos Europeus Universitários Coimbra2018 e presidiu à Federação Académica do Desporto Universitário (FADU), tendo chefiado várias missões multidesportivas, entre outros cargos ligados ao desporto e ensino superior.

Carlos Paula Cardoso, de 76 anos, preside à CDP há 21 anos, desde outubro de 2002, quando sucedeu a José Manuel Constantino, atual presidente do COP, que se demitiu do cargo para assumir a presidência do Instituto Nacional de Desporto, antecessor do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ).

Daniel Monteiro, ex-presidente da FADU, João Paulo da Rocha, antigo presidente da Federação de Ginástica de Portugal, e Ricardo José, ex-presidente da Federação Portuguesa de Atividades Subaquáticas, já apresentaram candidaturas à presidência da CDP.

O ato eleitoral vai decorrer em 13 de novembro na sede da CDP, em Algés, no concelho de Oeiras, distrito de Lisboa, entre as 12:30 e as 18:30, naquele que é o único ponto da ordem de trabalhos desta Assembleia-Geral deste organismo congregador de federações desportivas nacionais.