O protocolo foi assinado pelo diretor executivo da ADoP, António Júlio Nunes, e pelo presidente da Organização Nacional Antidopagem de Cabo Verde (ONAD-CV), Emanuel Passos, e visa o intercâmbio de experiências, formação, controlos antidopagem e desenvolvimento de projetos de investigação.

“O que acabámos de assinar tem ações concretas de cooperação entre as duas autoridades, feito à medida das duas autoridades, à medida das suas necessidades e capacidades a nível nacional”, frisou Emanuel Passos.

O responsável cabo-verdiano disse que a assinatura do acordo com a congénere portuguesa vai permitir à ONAD-CV dar os primeiros passos no sistema de administração e gestão antidopagem, uma base de dados internacional destinada ao registo, partilha e comunicação de dados.

Com o acordo, a autoridade antidopagem portuguesa vai poder realizar controlos antidoping a atletas cabo-verdianos a treinar em Portugal e vice-versa, desde que sejam solicitados pelas respetivas autoridades.

Os dois responsáveis consideraram ainda que o protocolo poderá ser também mais um passo para a criação da rede lusófona antidopagem, lançado no primeiro e único seminário sobre a luta contra a dopagem no desporto na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), realizada na Praia, em 2018.

“O desafio lançado na altura foi de criar um bloco lusófono, uma voz única e uma política comum na luta na contra a dopagem dentro da CPLP. A lusofonia precisa de ter uma política antidopagem unificada, uma voz única que nos permitirá ter uma relação mais forte com a agência mundial de antidopagem”, frisou o dirigente cabo-verdiano.

O diretor executivo da ADoP, António Júlio Nunes, destacou a importância da rede lusófona antidopagem, lembrando que já teve a sua primeira reunião em novembro de 2021 e os estatutos já foram elaborados.

“É importante os países lusófonos terem esta rede porque facilitará toda esta partilha, toda esta comunicação, todo este conhecimento entre todos esses países e, acima de tudo, protegermos o desporto limpo e a saúde dos atletas”, salientou o representante da autoridade antidopagem portuguesa.

Sobre o acordo com a congénere cabo-verdiana, o diretor português disse que é colocar “preto no branco” muitas ações que já têm sido realizadas entre as suas instituições e um “sinal claro” de que os dois países pugnam pelo desporto limpo e verdadeiro.

“Este acordo viabiliza outras coisas, como termos a legalidade de poder controlar, a pedido da ONAD-CV, atletas que estão a estagiar ou a competir em território português e também termos a possibilidade de solicitar à ONAD-CV quando temos atletas a estagiar ou a competir em Cabo Verde”, completou o responsável, destacando ainda o “passo importante” e o “compromisso” entre as autoridades antidopagem e os governos dos dois países.

A assinatura do protocolo foi presidida pelo ministro adjunto do primeiro-ministro para a Juventude e Desporto, Carlos Monteiro, considerando que foi mais um passo para a ONAD-CV estabelecer os caminhos da luta contra a dopagem no desporto no país.