O treinador Ricardo Barão assumiu hoje que a emoção, euforia e entusiasmo dos futebolistas do Olivais e Moscavide foi diferente esta semana, mas com noção da dificuldade em anular o Sporting na Taça de Portugal.

“Tentámos encarar este jogo de igual modo aos do campeonato, mas sabemos que a emoção, a euforia e o entusiasmo dos jogadores é diferente”, começou por afirmar o técnico do clube lisboeta, em conferência de imprensa de antevisão do duelo da Taça.

Ricardo Barão considerou que, se mesmo clubes da I Liga “têm uma dificuldade muito grande em travar o Sporting deste ano”, para um clube que milita na primeira divisão distrital de Lisboa muito mais, deixando elogios ao “melhor Sporting” da era Amorim.

“Temos um plano de jogo que vamos tentar cumprir na íntegra, mas, mesmo fazendo o que preparámos, vai ser complicadíssimo. O Sporting está com umas dinâmicas boas e difíceis de preparar, sobretudo em apenas uma semana. Vamos tentar fazer o nosso melhor e esperamos dar uma boa resposta no campo”, frisou o treinador, de 44 anos.

O Olivais e Moscavide é “uma equipa jovem, com muito valor e ambiciosa, que procura praticar bom futebol e ganhar o maior número de jogos possível no seu campeonato”, explicou Ricardo Barão, que garantiu que a equipa “vai desfrutar do momento e meter em campo tudo o que tem e não tem”, apesar de ter de impor uma postura defensiva.

“Não é estratégia, acho que somos quase obrigados. Há muitas equipas da I Liga que gostam de ter bola e depois, quando jogam com Sporting, Benfica e FC Porto, passam a maior parte do tempo a defender. Somos uma equipa dominadora e vimos de quatro vitórias seguidas, também gostamos de ter bola, mas sabemos que vai ser muito difícil. O Sporting vai obrigar-nos a defender a maior parte do tempo, nem estamos rotinados a isso. Não é esse o nosso ADN, mas vamos ter de estar preparados para isso”, realçou.

Os futebolistas Paulo Freitas e Joãozinho também marcaram presença na conferência de imprensa, com o primeiro, capitão de equipa, a expressar que os sentimentos que reinam no balneário “são felicidade e ansiedade” para terem uma “experiência brutal”.

“As atenções estão centradas em nós e o que queremos é que essas atenções, depois, possam despertar o amor que existe pelo clube. Queremos que as pessoas presentes no estádio possam depois acompanhar-nos na nossa caminhada na distrital de Lisboa e no reerguer do clube. Como grupo, vai ser uma experiência brutal. Vamos aprender e retirar muito do jogo”, disse o central, que se identifica com o estilo de jogo de Coates.

Sendo este “o jogo do percurso desportivo de todos” que fazem parte do conjunto do Olivais e Moscavide, Paulo Freitas, de 29 anos, espera que possam demonstrar o seu valor e “competir de perto com os melhores”, num “marco muito grande” para todos.

“Não será fácil e, de forma individual, será mais difícil. Terá de ser de forma coletiva, com muito compromisso, solidariedade, competência e organização”, apontou ainda.

Algo partilhado pelo avançado Joãozinho, de 30 anos, que acredita que, se todos se agarrarem uns aos outros com “raça e ambição”, podem mesmo fazer uma ‘gracinha’.

“Por que não? Fazemos o que eles fazem, jogamos à bola e, por isso, vamos olhar-lhes nos olhos”, atirou, acrescentando: “Vai ser complicado entrar naquele eixo defensivo, mas a equipa técnica está a trabalhar a 200% para conseguirmos fazer uma ‘gracinha’. Só pensamos em jogar 90 minutos e em ganhar, nem que seja por apenas meio golo”.

Joãozinho passou 19 anos da sua vida a representar o Olivais e Moscavide e, também por isso, poder defrontar o Sporting “é um orgulho e a valorização da camisola” que veste, com o intuito de voltar a meter o clube nos grandes palcos, “onde deve estar”.

“Não vejo nervosismo nos meus colegas, é mais a euforia e a ansiedade que chegue o dia. Ficamos mais nervosos num jogo do campeonato do que para o Sporting”, lançou.

O Olivais e Moscavide, da primeira divisão distrital de Lisboa, recebe o Sporting, da I Liga, na terceira eliminatória da Taça de Portugal, no Estádio José Gomes, na Amadora, às 20:45 de sábado, com arbitragem de Hélder Carvalho, da associação de Santarém.