Frederico Varandas, presidente do Sporting, falou na conferência de imprensa após a vitória dos leões na meia-final da Taça da Liga, sobre o caso de Nuno Mendes e Sporar, os falsos positivos que deram que falar nas últimas horas. O líder leonino começou por explicar o processo que levou o Sporting a avançar com mais testes além dos realizados pela Liga.

"Os testes de COVID-19 que antecederam o jogo Sporting-Rio Ave, dois jogadores, Sporar e Nuno Mendes, acusaram positivo ao novo coronavírus. O SCP segue escrupulosamente o protocolo acordado pela Liga e delineado com a DGS. O Sporting vai mais além e faz testes diários, nomeadamente de antigénio para controlo interno. Pela primeira vez, desde agosto, os resultados internos não bateram certo com os testes da Liga. Recebemos a notificação, respeitamos essa notificação, os jogadores ficaram privados de desempenhar a sua função. Nos dois dias seguintes, os jogadores repetiram os testes PCR em laboratórios diferentes, mais dois antigénios internos, sempre negativos", disse.

Varandas afirmou categoricamente que os dois jogadores não têm COVID-19 e que tudo não passou de um erro, que também acontecem nos falsos positivos, apesar de em menor percentagem.

"Eu sou médico e posso afirmar, inequivocamente, que os jogadores não têm COVID-19. Entramos em contacto com a Unilabs, falámos com o diretor clínico que ficou preocupado com a situação, foi enviada toda documentação e o próprio respondeu que se tratavam de falsos positivos e que estava disponível para enviar documentação a comprovar isso. Para quem não é médico, o falso positivo, ao contrario do falso negativo, tem uma percentagem inferior a 1%, por isso numa amostra de 30 testes, o Sporting teve dois falsos positivos o que é muito azar, mas entendemos que esse azar pode acontecer.(...)  Apesar de termos sido privados de dois jogadores no jogo com o Rio Ave, aceitamos, a estatística é o que é, tivemos azar".

O presidente do Sporting revelou de seguida que Nuno Mendes nunca chegou a ser inscrito na plataforma que regista os casos positivos de COVID-19 e que por isso, poderia ter mesmo participado no jogo frente ao Rio Ave. Uma situação que provocou estranheza junta da ARS de Alcochete.

"Dentro de muitos azares, existem coisas estranhas. No dia seguinte, quando a delegada vai para libertar os jogadores do SINAVE, a autoridade regional de saúde deteta que o Nuno Mendes nem estava inscrito no SINAVE. O laboratório nem sequer tinha inscrito e nunca houve qualquer razão para não ser usado contra o Rio Ave, ao contrário do Sporar que estava inscrito. A Autoridade de Saúde Regional disse que isto era muito estranho, nos temos provas documentais que isso aconteceu. (...) A própria ARS achou estranho, mas liberta não o Nuno Mendes, mas o Sporar e temos informação da ARS que os jogadores podem jogar", explicou.

O Sporting explica ainda que no decorrer do dia de hoje a Direção-Geral de Saúde exigiu um outro documento que nunca foi pedido pela ARS local, pedido ao qual a Unilabs ainda não respondeu.

" A partir de hoje de manhã, não sei porque, o documento que era necessário, onde o laboratório afirmava que eram falsos positivos, já não chegava para a DGS. Queriam que o laboratório emitisse um documento a dizer que houve um erro e a ARS enviou um email, às 13h30 de hoje, ao laboratório Unilabs a pedir para o laboratório mudar a palavra de 'falso positivo' para 'erro laboratorial'. Ainda não houve resposta do laboratório, ainda não houve resposta. Entre este jogo de palavras entre o laboratório e a DGS, que pediu isto ao contrario da ARS de Alcochete, o Sporting viu-se privado de dois jogadores que não são COVID, que o laboratório assume que são falsos positivos e que podem voltar ao trabalho", notou.

Por fim, o líder do Sporting revelou que o corpo clínico do clube vai avançar com uma queixa contra ao diretor clínico da Unilabs na Ordem dos Médicos.

"No meio disto há um pormenor que eu não admito: podem dizer que jogamos mal, que jogamos pouco mas não admito que coloquem em causa o corpo clinico que trabalham no Sporting. Vamos fazer uma queixa na Ordem dos Médicos contra o Diretor Clínico da Unilabs que disse que não sabia o que se passava. Pena termos um mail desse mesmo senhor. Já deviam de me conhecer melhor, não negoceio valores, sejam presidentes, colegas, quem for. Por fim, vou abandonar este patético mundo de COVID, porque vou entrar dentro de horas num banco de COVID para tratar de pessoas reais", concluiu.

*Artigo corrigido às 23h27

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