Acabou por ser um encontro de contrastes entre Benfica e Boavista, o que quer dizer que nem sempre a equipa mais dominadora é quem remata mais. Analisemos algumas estatísticas do jogo para explicar o sentido das palavras. Os encarnados tiveram muito mais posse de bola do que os axadrezados - 63 contra 37. Mas em contraponto, o conjunto do Bessa contou com mais remates: 8 contra 15.

Veja o resumo da partida

Tal como iniciámos o texto, as duas partes do jogo também tiveram duas toadas bem distintas. No primeiro tempo foi possível vislumbrar o entendimento ofensivo das águias, com tabelinhas que desmontaram a defensiva boavista, que alinhava com uma linha de cinco no momento defensivo. Já o cardápio tático servido por Nelson Veríssimo começou com um 4-3-3, uma vertente que favoreceu as tabelinhas constantes começando em Weigl e João Mário, com a bola depois a ser endossada para o corredores, onde apareciam Diogo Gonçalves e Everton na procura da referência Yaremchuk.

Fazendo uso de uma agressividade positiva e através do posicionamento dos seus jogadores, o Boavista 'barrava' a criação de oportunidades reais de perigo por parte das águias, pelo menos com a constância necessária para que o golo, face à dominio encarnado, aparecesse com mais facilidade. Ao minuto 15´, acabou por ser uma oferta a colocar o Benfica na frente. Nathan atrapalhou-se com o esférico, Everton aproveitou e finalizou com toda a autoridade.

No segundo tempo, o Boavista subiu linhas e foi à procura de igualar a contenda. A maior pressão, obrigou o Benfica a errar e desta feita foi Morato a comprometer. Grande penalidade cometida sobre Musa, a referência atacante do conjunto da Invicta. Na conversão, Gustavo Sauer atirou sem hipóteses para o Boavista.

Ao perceber que a sua equipa não estava a dar a resposta que se exigia, Nelson Veríssimo voltou a mudar e recuperou o 4-4-2, fazendo entrar Gonçalo Ramos e mais tarde Pizzi. Com o empate, o Boavista fez de tudo um pouco para evitar as grandes penalidades. Foi para a frente, criou perigo em inúmeras ocasiões e quando não faltou pontaria, esteve lá Vlachodimos a evitar males maiores. O Benfica ainda tentou chegar ao golo na parte final, mas foi no geral, um equipa transfigurado para pior o que se viu na segunda parte.

Nas grandes penalidades, o desacerto foi maior para o lado boavisteiro e foi o Benfica que seguiu para a final da Taça da Liga. Nota para Boavista que superou as expetativas, apesar das muitas ausências, até esteve mais perto de chegar ao golo do que o Benfica no segundo. O Benfica voltou a fazer uma exibição muito aquém, mesmo com as ausências de Rafa e Darwin.

Momento

Foi o desempate nas grandes penalidades, onde o Benfica acabou por ser a equipa mais competente. O Boavista não teve engenho para encontrar o caminho do golo da linha dos 11 metros.

Melhores

Vlachodimos

Foi a figura maior da equipa do Benfica pela forma como impediu a reviravolta do Boavista na segunda parte. E se é ele a figura, é porque os jogadores de campo também não corresponderam. Esteve instransponível e nos penaltis foi figura ao defender o pontapé de Musa.

Everton

Boa primeira parte do jogador brasileiro, com bons pormenores e boa movimentação. Fez o golo, num lance pleno de oportunidade.

Gustavo Sauer

É um dos jogadores mais influentes do Boavista e voltou porquê com mais uma excelente exibição. Um dínamo que fez a equipa jogar e criou muitos problemas à equipa encarnada. Marcou a grande penalidade que deu o empate ao Boavista.

Musa

Esteve muito em jogo o avançado sobretudo na segunda parte. Excelente na forma como recebeu a bola de costas para a baliza e apareceu frente ao guardião do Benfica. Não teve a frieza necessária para bater Vlachodimos, com uma cabeceamento e um remate. Falhou depois uma grande penalidade, no desempate através dos castigos máximos. Vai ficar certamente nos radares dos menos atentos.

Piores

Morato

Cometeu o penalti que deu o golo do Boavista e demonstrou algumas insconstâncias e debilidades no momento defensivo.

Lázaro

Voltou a passar ao lado do jogo e não correspondeu do lado direito, tanto a nível ofensivo como a nível defensivo.

Nathan

Podia ter comprometido logo no início num lance em que falhou um corte, João Mário quase fez a emenda vitoriosa para o golo. Aos 15 minutos, numa perda de bola, Everton recuperou e fez o golo do Benfica.

Reações

Nélson Veríssimo reconhece quebra do Benfica na segunda parte, Vlachodimos frisa objetivo cumprido

Petit orgulhoso dos jogadores, Bracali satisfeito com a exibição mas não com o resultado