O capitão da Udinese, Antonio Di Natale, disse estar a questionar a sua continuidade no futebol, depois da trágica morte no sábado do seu antigo colega Piermario Morosini, no decorrer do jogo entre o Pescara e o Livorno.
Morosini, de 25 anos, que se encontrava emprestado pela Udinese ao Livorno, sofreu um ataque cardíaco no decorrer do encontro da Série B e acabaria por morrer no hospital. No seguimento, todos os jogos em Itália foram cancelados.
Di Natale, de 34 anos, disse hoje que é exigido aos futebolistas que joguem demasiado, embora não atribua diretamente esse fator à morte de Morosini.
«Falo por mim, porque jogo há 18 anos. Jogar duas vezes por semana é muito difícil, o futebol italiano está a ir demasiado rápido», disse o jogador, considerando, porém, que a morte de Morosini foi «má sorte».
O capitão da Udinese disse ainda estar a tentar lidar com a morte de Morosini e que já pensou em terminar a carreira, embora não tenha tomado nenhuma decisão.
«Tentaremos disputar os seis jogos que faltam pelo Mario. Jogarei por ele e depois veremos», referiu, acrescentando não conseguir dormir há dois dias e que é impossível depois do que aconteceu.
«Conhecia-o há sete anos, ele nunca fez saber que não tinha pai, nem mãe. Tinha sempre um sorriso na cara e ajudava toda a gente», contou Di Natale, explicando que só há dois anos soube da situação do seu colega.
Os pais de Morosini morreram quando ele era adolescente e o seu irmão, que sofria de deficiência, suicidou-se pouco tempo depois, ficando o jogador com uma irmã mais velha a cargo, também ela com problemas mentais.
«Farei tudo o que for possível para ajudar a irmã dele», disse Di Natale.
A Udinese também já abriu uma conta no nome da irmã de Morosini, para aqueles que queiram fazer doações para ajudar.
«Há muitos jogadores nas duas principais ligas que querem ajudar esta rapariga. O Mario era muito próximo dela e nós agora vamos tentar fazer algo para ajudar», disse o capitão da Udinese.
Segundo o clube, a irmã de Morosini tem sérios problemas de ordem psicológica e passou muitos anos internada num instituto psiquiátrico em Bergamo, cidade natal da família de Morosini.
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