Os sócios do Paços de Ferreira legitimaram a direção a ouvir propostas de potenciais interessados em investir no clube da II Liga de futebol, numa das assembleias-gerais mais concorridas da sua história.

A proposta foi apresentada pela direção e sufragada por um total de 1259 sócios. Votaram contra 1007 associados, registando-se ainda 60 abstenções.

No decorrer da reunião magna, uma das mais concorridas e demoradas da história do Paços - começou às 21:00 de terça-feira e terminou depois da 01:30 de hoje -, o presidente Paulo Meneses revelou já ter sido contactado por dois potenciais investidores.

Face à decisão agora tomada pela maioria dos associados, num escrutínio decidido por 507 votos, a direção do Paços ficou com carta branca para preparar a transformação da SQUD (Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas) num novo modelo de gestão, “num processo de auscultação que poderá demorar meses”.

O tema é fraturante e continua a dividir atuais e antigos dirigentes, como os ex-presidentes Fernando Sequeira e José Lobo, preocupados com a perda de autonomia, futuro e viabilidade do clube.

O Paços de Ferreira é uma exceção nos campeonatos profissionais, por ter resistido ao modelo das sociedades anónimas desportivas (SAD), dominante na I e II ligas.

Uma eventual alteração ao modelo de gestão da sociedade desportiva do Paços terá de ser sempre sufragada pelos associados, numa assembleia-geral extraordinária marcada especificamente para o efeito.